Terceira edição da campanha “De Olho nos Olhinhos” conscientiza sobre retinoblastoma infantil

Com alcance nacional, a mobilização ocorre em 44 shoppings de 30 cidades, destacando o diagnóstico precoce do câncer ocular infantil. Mascote e materiais informativos guiam o público, enquanto médicos esclarecem dúvidas sobre a doença.

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A terceira edição da campanha “De Olho nos Olhinhos” começa hoje (21) com a missão de conscientizar a população sobre os sinais e sintomas do retinoblastoma, um dos tipos mais comuns de câncer ocular em crianças de 0 a 5 anos. Com atividades em 44 shoppings de 30 cidades brasileiras, a iniciativa contará com a presença de médicos especialistas para esclarecer dúvidas sobre a doença e orientar o público sobre as ações a serem tomadas em caso de suspeita.

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Um dos destaques da campanha deste ano é o mascote Flash, um gato que simula um dos principais sintomas visíveis do retinoblastoma, conhecido como “olho de gato” (leucocoria). Flash aparece nas cartilhas e materiais distribuídos ao público e à comunidade médica, tornando o conteúdo mais acessível e educativo.

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O Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, celebrado na última quarta-feira (18), reforça a importância de ações como essa. A data foi criada para alertar sobre a necessidade de detecção precoce do retinoblastoma, uma doença que, se descoberta cedo, pode ser tratada com até 90% de chances de cura. Este ano, a campanha chega a todos os estados do país, alcançando mais de 600 municípios, em parceria com 3.100 farmácias, que ajudarão na distribuição de materiais informativos. Além disso, a conscientização será amplificada por meios de comunicação, estádios de futebol, transportes coletivos e até embalagens de fraldas.

A campanha ganhou destaque após o diagnóstico da filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin. Lua, diagnosticada com retinoblastoma aos 11 meses de idade, não teve o câncer detectado pelo Teste do Reflexo Vermelho (TRV), conhecido como Teste do Olhinho, realizado na maternidade. Meses depois, o casal começou a perceber sinais como movimentos irregulares nos olhos, o que levou ao diagnóstico de tumor avançado em ambos os olhos.

Segundo Daiana Garbin, a falta de informação impediu o diagnóstico precoce. “Perdemos uma janela de oportunidade de diagnóstico por falta de informação. Não sabíamos que deveríamos ter exigido ao pediatra a realização desse exame”, explicou. Garbin destaca que o teste do olhinho deve ser repetido a cada três meses nas consultas pediátricas de rotina, e que um exame de fundo de olho deve ser realizado no primeiro ano de vida.

No Hospital do GRAACC, referência no tratamento do retinoblastoma em São Paulo, cerca de 12% a 15% dos casos já são extraoculares no momento do diagnóstico, ou seja, a doença já escapou do olho, o que aumenta o risco de metástase. Segundo a pediatra oncologista Carla Macedo, o Brasil registra entre 250 a 300 novos casos da doença por ano, e mundialmente, esse número chega a 8 mil.

Os sintomas mais comuns do retinoblastoma incluem a leucocoria (reflexo branco na pupila), tremores oculares e estrabismo. Em casos de suspeita, é fundamental que os pais levem a criança ao oftalmologista para exames completos. O retinoblastoma pode afetar um ou ambos os olhos, sendo que, quando acomete os dois, geralmente é hereditário. Quando a doença atinge apenas um olho, ela é classificada como esporádica. A chance de cura aumenta significativamente quando o diagnóstico é feito precocemente, especialmente em centros de referência, como o GRAACC.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para o retinoblastoma, com uma equipe multidisciplinar composta por oncologistas, oftalmologistas e outros especialistas. Dependendo do estágio do tumor, o tratamento pode incluir quimioterapia intravenosa, intra-arterial, laser ou crioterapia. Em casos mais avançados, pode ser necessária a enucleação (remoção do olho), o que aconteceu com Fernando Campos, jornalista que venceu o câncer após ser diagnosticado aos 18 meses de idade. Fernando perdeu a visão, mas hoje usa próteses oculares e atua como criador de conteúdo digital, além de ser um defensor do diagnóstico precoce do câncer infantil.

Fernando, que passou por tratamento nos Estados Unidos, conta que a família fundou a Casa de Durval em Natal (RN), para acolher crianças com câncer e suas famílias. “Nossa principal bandeira é o diagnóstico precoce, que aumenta muito as chances de cura do câncer infantojuvenil, principal causa de morte por doença em crianças no Brasil”, afirmou.

A ONG “De Olho nos Olhinhos”, criada por Tiago Leifert e Daiana Garbin após a experiência com sua filha, auxilia famílias de todo o Brasil no acesso ao diagnóstico e ao tratamento da doença. A campanha promove a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e orienta sobre como identificar os sintomas do retinoblastoma.

Tiago e Daiana participarão hoje (21) de eventos nos shoppings Eldorado e Taboão, em São Paulo, para conversar com o público sobre a campanha e a experiência pessoal deles. Em caso de suspeita de retinoblastoma, recomenda-se procurar um oftalmologista. A ONG também disponibiliza contato para assistência pelo e-mail [email protected].

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