Violência eleitoral aumenta 130% nas eleições de 2024, com ataques a candidatos e coordenadores de campanha

A escalada da violência política no Brasil preocupa, com um aumento significativo nos ataques a candidatos e participantes do processo eleitoral.

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As eleições municipais de 2024 têm sido marcadas por um preocupante aumento da violência política. Na noite desta quinta-feira (3), o carro de uma candidata a vereadora do Rio de Janeiro foi alvejado por diversos disparos. Ela conseguiu sobreviver ao atentado porque estava em um veículo blindado, o que a protegeu dos tiros. O incidente é apenas um dos muitos casos de agressão contra figuras públicas durante o pleito.

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Em São Paulo, uma candidata à Câmara Municipal também foi alvo de violência. Seu carro foi atingido por 11 tiros, mas ela não estava no veículo no momento do ataque. Mesmo assim, a candidata passou mal ao saber do ocorrido e precisou ser encaminhada ao hospital.

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Outro caso de violência aconteceu em Sumaré, no interior paulista, onde dois homens atiraram contra o coordenador da campanha de um candidato a prefeito. Ele também sobreviveu ao atentado, mas o ataque reforça o clima de insegurança para aqueles envolvidos no processo eleitoral.

Esses três episódios, que ocorreram entre ontem e hoje (4), são reflexos de um cenário mais amplo de violência que tem se intensificado nas eleições de 2024. De acordo com a 3ª edição da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, realizada pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global, os casos de violência eleitoral aumentaram 130% em comparação com as eleições de 2020.

Aumento expressivo dos casos de violência eleitoral

A pesquisa revela que, em 2024, o Brasil registra uma média de 1,5 caso diário de violência política. Esse número contrasta com a média de 2020, quando ocorria uma agressão a cada sete dias. No período da pré-campanha deste ano, foram contabilizadas 145 ocorrências, incluindo assassinatos, atentados, ameaças e outras formas de violência. Durante a mesma fase em 2020, foram 63 casos registrados, com 14 assassinatos, 15 atentados e 10 ameaças.

Gisele Barbieri, coordenadora da Terra de Direitos, ressaltou o agravamento da situação nos anos eleitorais: “Desde a primeira edição da pesquisa, notamos um acirramento da violência política durante os períodos eleitorais. Há uma preocupante naturalização dessa violência, com índices elevados de assassinatos, atentados e ameaças”, disse Barbieri. Ela também destacou que, apesar de afetar partidos de diferentes espectros ideológicos, a violência política afeta desproporcionalmente as mulheres.

Expectativa para os dados pós-primeiro turno

Com o primeiro turno das eleições programado para este domingo (6), há grande expectativa quanto à atualização dos números sobre a violência eleitoral. Se a tendência atual se mantiver, o Brasil poderá registrar um número ainda maior de incidentes até o final do pleito.

Um problema histórico de violência política

A violência eleitoral no Brasil não é um fenômeno recente. A pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil” monitora esses casos desde 2016, revelando um histórico preocupante. Entre 1º de janeiro de 2016 e 15 de agosto de 2024, foram documentados 1.168 casos de violência política, que incluem desde assassinatos até ameaças e atentados.

O estudo também mapeia o perfil das vítimas, os tipos de ocorrências e a distribuição geográfica dos casos, considerando fatores como cor e raça. A série histórica mostra que o acirramento da violência política tem sido uma constante nas eleições brasileiras, com um impacto negativo no processo democrático, ameaçando a liberdade e a segurança de candidatos, eleitores e membros de campanha.

Com o avanço do processo eleitoral, será fundamental que as autoridades intensifiquem medidas de segurança, garantindo que o direito à participação política seja preservado, e que a violência não impeça o pleno exercício da democracia no Brasil.

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