No evento de balanço das ações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou uma abordagem diferenciada na estratégia de segurança do governo. Em suas declarações, Lula afirmou que é imperativo “humanizar o combate ao pequeno crime”, concentrando esforços nas camadas mais humildes da sociedade.
Durante seu discurso no Palácio do Planalto, Lula destacou a visibilidade crescente dos usuários de drogas entre os mais pobres, referindo-se a eles como a “ralé dos drogados”. Ele ressaltou a necessidade de o país rico cuidar de seus usuários, especialmente aqueles envolvidos com drogas mais acessíveis, como o crack.
Ao mesmo tempo, o presidente petista não deixou de abordar a ameaça representada pela “indústria internacional do crime organizado”. Lula alegou que essa indústria se tornou colossal, ultrapassando gigantes como General Motors, Volkswagen e Petrobras. Ele alertou para a presença disseminada dessa máquina criminosa em diversos setores da sociedade, incluindo judiciário, política, empresariado e mídia.
Lula expressou a complexidade do desafio, reconhecendo a poderosa infraestrutura da indústria do crime organizado, que abrange desde transportes, como aviões e navios, até influência em decisões governamentais, partidárias e internacionais. O presidente ressaltou que enfrentar esse fenômeno demandará uma abordagem vigorosa e estratégica.
As declarações de Lula ocorreram no mesmo evento que marcou a despedida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que assumirá como ministro do Supremo Tribunal Federal em fevereiro. O presidente encerrou suas palavras reforçando o compromisso do governo em equilibrar a abordagem entre a humanização do combate ao pequeno crime e o enfrentamento contundente da “indústria multinacional” do crime organizado.