O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, divulgou nesta sexta-feira (3) um levantamento que aponta 2024 como o ano mais quente no Brasil desde o início dos registros em 1961. A temperatura média anual atingiu 25,02°C, superando em 0,79°C a média histórica das últimas duas décadas completas (1991-2020), de 24,23°C.
Os dados confirmam uma tendência de elevação nas temperaturas médias ao longo do período analisado. Até então, 2023 detinha o recorde, com uma média de 24,92°C, 0,69°C acima da média histórica. “Os registros mostram que a elevação das temperaturas no Brasil é estatisticamente significativa e pode estar associada tanto à mudança climática global quanto a alterações ambientais locais”, informou o Inmet.
Influência do El Niño
O relatório também destaca o impacto do fenômeno El Niño nas temperaturas de 2023 e dos primeiros meses de 2024. Com intensidade variando de forte a muito forte, o El Niño contribuiu para o aumento das temperaturas ao alterar os padrões climáticos globais.
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O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais na porção leste da região equatorial do Oceano Pacífico e pelo enfraquecimento dos ventos alísios. Essas mudanças afetam a dinâmica das massas de ar e a distribuição de umidade, provocando consequências como aumento das temperaturas e alterações no regime de chuvas em várias partes do planeta.
Impactos e alertas
Além de ser um indicador da intensificação das mudanças climáticas, os dados reforçam a necessidade de ações para mitigar os efeitos do aquecimento global. Especialistas alertam que temperaturas mais altas podem intensificar eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e tempestades severas, além de impactar a saúde humana e os ecossistemas.