Recircula Brasil: plataforma permite rastrear reutilização do plástico

Segundo a ABDI, o mercado plástico brasileiro gera 7,05 milhões de toneladas. Apenas as embalagens plásticas são responsáveis por 3,4 milhões de toneladas desse total

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Com o lançamento da plataforma Recircula Brasil, o mercado de plásticos tem buscado alternativas de tornar os materiais pós-consumo passíveis de serem reaproveitados. A ferramenta – uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) – permite rastrear os resíduos plásticos desde a origem até a reinserção como matéria-prima utilizada em outro produto. Na opinião da diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, são pequenas soluções que contribuem como importantes instrumentos de políticas públicas.

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“Eu penso que todos podem se beneficiar com a plataforma, primeiro porque, quando nós produzimos, reaproveitando o que se tem, use e reuse, sem precisar usar novos recursos que tendem a se esgotar na natureza, nós estamos protegendo o meio ambiente, reduzindo a poluição e evitando falsificação de resultados ambientais”, explica.

De acordo com Perpétua Almeida, ao garantir que o processo seja eficaz e sustentável com a rastreabilidade do conteúdo, o país não apenas cumpre regras ambientais como se torna cada vez mais competitivo no mercado.

“O Brasil ganha porque ele ajuda, neste caso, no cumprimento de metas ambientais de não emissão [de poluentes]. As empresas ganham, acima de tudo, porque elas veem mais competitividade quando estão encarando as barreiras não tarifárias. E elas ganham também porque hoje o público está muito mais exigente. O público do Brasil e do mundo quer consumir produtos de quem respeita o meio ambiente”, observa.

Segundo a ABDI, o mercado plástico brasileiro gera 7,05 milhões de toneladas. Apenas as embalagens plásticas são responsáveis por 3,4 milhões de toneladas desse total.

Reciclagem começa na lixeira de casa

Um estudo da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA) revela que mais de 33 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) tiveram destinação inadequada em 2022. O montante representa quase 43% de todo o lixo gerado no país. Desse total, 27,9 milhões de toneladas foram enviadas para os lixões que ainda existem abertos, apesar da prática ser considerada ilegal. 

Diante de um cenário que preocupa, ainda existem pessoas que seguem fazendo a sua parte. A zeladora Maria do Patrocínio, de 60 anos, mora em Brasília e conta que sempre teve o hábito de cuidar do próprio lixo. Para ela, embora as empresas desempenhem um papel importante no processo de reciclagem, o descarte feito diariamente nas residências também é fundamental. 

“Eu tenho um costume de, além de separar o meu lixo, as embalagens eu até lavo. Quando tem iogurte, alguma coisa, leite, passo uma água que é para não tirar o cheiro e coloco tudo direitinho, separado. Até porque também a importância da reciclagem, garante quantos pais de família que trabalham nessa parte, ajuda muito para que aquela pessoa que está lá reciclando também possa garantir mais o sustento dessas famílias. Então as pessoas têm que se conscientizar e cuidar mais do seu lixo. O mundo com certeza fica melhor e a natureza agradece”, ressalta

Recircula Brasil

O Recircula Brasil é a primeira plataforma brasileira a certificar efetivamente a procedência e uso de materiais reciclados. Além de acompanhar a logística reversa e a recuperação dos resíduos, a ferramenta também fornece informações detalhadas sobre a transformação dos resíduos reciclados e seu novo uso, promovendo de forma concreta a economia circular nas cadeias produtivas. 

Desde o início da fase piloto, a ferramenta já verificou mais de 14 mil toneladas, a partir de 10.112 notas fiscais eletrônicas adicionadas. Conforme o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, a expectativa é atingir índices maiores, já que, no país, o mercado de reciclagem é composto por empresas que se dedicam somente à reciclagem de materiais plásticos.  

“Isso é muito importante, porque garante a circularidade da nossa economia, garante o acesso de produtos brasileiros a mercados internacionais que começam a subir barreira sobre isso. É garantir sustentabilidade, indústria e empregos andando juntos”, destaca.

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De acordo com as organizações, um decreto em edição pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima pretende tratar da circularidade do plástico e estabelecer que as empresas comprovem cerca de 25% de conteúdo reciclado em seus produtos no primeiro ano. A previsão é certificar de 558 a 736 mil toneladas de embalagens nos cinco primeiros anos após a publicação do decreto.

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