O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta sexta-feira (17) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) reavalie sua decisão de arquivamento do inquérito relacionado à suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Em despacho, Moraes requisitou ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, uma possível ratificação do pedido de arquivamento da investigação. Em 2020, a então vice-procuradora, Lindôra Araújo, havia defendido o arquivamento do caso.
Gonet, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e empossado em dezembro do ano anterior após aprovação pelo Senado, sucedeu o procurador Augusto Aras, indicado por Bolsonaro.
O inquérito teve origem em declarações de Sergio Moro, que, ao renunciar ao cargo de ministro da Justiça em 2020, acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal ao destituir o então diretor Maurício Valeixo, indicado por Moro.
Em março de 2022, a PF concluiu que Bolsonaro não interferiu na corporação e também propôs o arquivamento do caso.
“No decorrer dos quase dois anos de investigação, dezoito pessoas foram ouvidas, perícias foram realizadas, análises de dados e sigilos telemáticos foram quebrados. Nenhuma prova consistente para a subsunção penal foi encontrada. Muito pelo contrário, todas as testemunhas ouvidas foram assertivas em afirmar que não receberam orientação ou qualquer pedido, mesmo que velado, para interferir ou influenciar investigações conduzidas na Polícia Federal”, concluiu o relatório.
Após receber o parecer de Paulo Gonet, Moraes deliberará sobre o possível arquivamento do inquérito contra Bolsonaro.