TSE aplica multas a parlamentares por vincularem Lula ao caso Celso Daniel

Por 4 votos a 3, plenário do tribunal definiu o valor de R$ 10 mil

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O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira (18) multar os senadores Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), juntamente com a deputada Carla Zambelli (PL-SP), em R$ 10 mil cada um. A decisão foi tomada por 4 votos a 3 e se deve à disseminação de uma falsa informação durante a corrida presidencial do ano passado. Alegou-se que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva teria conexão com a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, ocorrida em 2002.

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O caso teve origem em uma entrevista concedida por Mara Gabrilli, que foi candidata a vice-presidente na chapa de Simone Tebet, à rádio Jovem Pan News, em outubro de 2022, durante a campanha para o segundo turno das eleições. Durante a entrevista, Gabrilli afirmou ter informações sobre um suposto esquema para desvincular Lula do caso Celso Daniel.

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Essa declaração rapidamente se espalhou pelas redes sociais, sendo compartilhada por apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, que concorria à reeleição contra Lula. Entre os que compartilharam a informação falsa estavam Carla Zambelli e Flávio Bolsonaro, que publicaram textos vinculando Lula ao assassinato de Celso Daniel.

Logo após a entrevista, a Coligação Brasil da Esperança, de Lula, entrou com uma representação no TSE e obteve uma liminar que ordenou a remoção do conteúdo, medida que foi cumprida pelos parlamentares.

Nesta quinta-feira, os ministros do TSE julgaram o mérito dessa liminar. A maioria dos ministros considerou que Mara Gabrilli usou a rádio Jovem Pan para legitimar desinformações sobre o caso Celso Daniel. A ministra Maria Cláudia Bucchianeri ressaltou que o TSE já analisou o caso diversas vezes e que as investigações sobre o assassinato foram concluídas há anos, com a condenação de pessoas envolvidas no crime.

O ministro Alexandre de Moraes, que acompanhou esse entendimento, enfatizou as peculiaridades do caso em julgamento e criticou a rádio Jovem Pan, mencionando que esse veículo já esteve envolvido em polêmicas semelhantes anteriormente.

Moraes destacou que a candidata a vice foi convidada justamente para produzir um conteúdo falso, que em apenas 10 minutos foi disseminado por toda a rede de milícias digitais. Ele também lembrou que a rádio Jovem Pan já havia sido condenada e penalizada anteriormente pelo tribunal.

O advogado Thiago Rocha Domingues, representante do senador Flávio Bolsonaro, afirmou que seu cliente apenas compartilhou uma entrevista, o que, por si só, não configura a disseminação de fake news. O advogado também alegou que o vídeo compartilhado tratava de fatos novos sobre o assassinato de Celso Daniel, o que não poderia ser considerado desinformação.

Já o advogado Ademar Aparecido da Costa Filho, em nome de Carla Zambelli, levantou argumento semelhante e ainda alegou que não havia previsão de multa na resolução do TSE sobre o assunto vigente à época dos acontecimentos.

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