Em um julgamento que durou 11 horas, Francisco José de Sousa foi condenado a 41 anos de reclusão por um crime bárbaro que chocou a comunidade de Itapipoca. Em 2021, no distrito de Arapari, durante um velório, o homem assassinou a própria filha, Maria Naiara dos Santos Sousa, e tentou matar o genro, José Carlos Teixeira Braga.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), Francisco, movido por motivos fúteis e vingança, disparou contra a filha e o genro utilizando uma arma de fogo adquirida ilegalmente em uma feira em Fortaleza. A juíza Leslie Anne Maia Campos, responsável pelo caso, acatou a acusação e considerou o crime como feminicídio qualificado, em razão das relações familiares e da violência de gênero.
A defesa do acusado alegou legítima defesa, mas os argumentos não foram acolhidos pelo Conselho de Sentença, que reconheceu a culpabilidade de Francisco. O júri considerou as provas apresentadas pelo MPCE, incluindo depoimentos de testemunhas que relataram o histórico de violência do acusado contra a filha.
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Armação e vingança
Investigações revelaram que Francisco guardava rancor de José Carlos desde 2015, quando os dois tiveram um desentendimento. O acusado teria adquirido a arma de fogo após esse episódio, planejando o crime por anos.
“O réu demonstrou um comportamento frio e calculista, sem qualquer remorso pelos crimes cometidos”, afirmou o promotor responsável pelo caso. “Ele tirou a vida da própria filha e destruiu uma família”, completou.
Consequências devastadoras
O crime teve consequências devastadoras para a família. Além da perda de Maria Naiara, os familiares enfrentam sequelas psicológicas e desavenças. A casa onde ocorreu o crime permanece desabitada, servindo como um doloroso lembrete da tragédia.
Penas individuais
Pelo assassinato da filha, Maria Naiara, Francisco foi condenado a 27 anos e 3 meses de reclusão. Já pela tentativa de homicídio contra o genro, José Carlos, a pena aplicada foi de 14 anos de reclusão. As penas serão cumpridas de forma consecutiva, totalizando 41 anos e 3 meses de reclusão em regime fechado.
Pena máxima
A pena de 41 anos de reclusão aplicada a Francisco José de Sousa é uma das mais altas já registradas na comarca de Itapipoca. A juíza Leslie Anne Maia Campos considerou a gravidade dos crimes, a personalidade do acusado e as consequências para a família ao fixar a pena.
O réu continuará preso preventivamente e iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.