No início deste mês de março, a Rede de Observatórios da Segurança divulgou um relatório alarmante sobre a violência contra mulheres no Brasil, destacando que o Ceará registrou o maior número de feminicídios em seis anos. Entre as cidades afetadas está Itapipoca, que presenciou cinco casos de feminicídio nos últimos seis anos.
O último caso registrado foi o da estudante Dayra Lorrane Matias Cardoso, em novembro de 2020. Dayra foi assassinada na residência do casal, localizada no Bairro Área Nobre, em Itapipoca. Vizinhos encontraram os corpos de Dayra e seu parceiro, já sem vida, após ouvirem uma discussão na noite anterior ao crime. O homem, após cometer o feminicídio, tirou a própria vida, deixando para trás uma filha de apenas três anos.
Talita Galdino Moura – Outubro de 2018
Em outubro de 2018, Talita Galdino Moura, 24 anos, foi vítima de um ato de extrema violência. Francisco Danilo do Nascimento Borges, então com 33 anos, esfaqueou Talita até a morte no Bairro Julho II, em Itapipoca. Motivado por um interesse amoroso não correspondido, o agressor negou as acusações, mas foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão em outubro de 2022.
Lucilene Galdino Albuquerque – Março de 2019
Lucilene Galdino Albuquerque, 51 anos, perdeu a vida em março de 2019, vítima de seu próprio marido, Antônio Maria Rodrigues, então com 42 anos. Após uma discussão motivada por ciúmes, Antônio assassinou Lucilene com várias facadas na casa do casal, ferindo também o filho e o sobrinho da vítima. Antônio foi condenado a 46 anos e sete meses de prisão.
Maria Erivalda Frota – Junho de 2019
Em junho de 2019, Maria Erivalda Frota, 31 anos, foi brutalmente assassinada junto com sua filha de apenas dois anos. O crime, cometido pelo companheiro de Maria, Francisco Marlin Oliveira Lima, chocou a cidade. Lima foi condenado a 41 anos e quatro meses de prisão pelo feminicídio duplo.
Marciane Carneiro de Paula – Dezembro de 2019
O ano de 2019 terminou com mais um trágico episódio. Marciane Carneiro de Paula, doméstica de 24 anos, foi morta a facadas pelo ex-namorado na localidade de Poço Verde, zona rural do município. O crime, motivado por ciúmes, deixou a comunidade estarrecida. O assassino está preso, aguardando julgamento.
Embora a justiça tenha sido feita em muitos desses casos, as penas impostas não apagam a dor e o sofrimento das famílias das vítimas. O ciclo de violência contra a mulher persiste, exigindo medidas mais eficazes de prevenção e proteção por parte das autoridades competentes. Que essas tragédias sirvam como um alerta para a urgência de se combater o feminicídio e garantir um futuro mais seguro para as mulheres de Itapipoca e de todo o país.