Novos vestígios de óleo foram encontrados no Litoral Oeste do Ceará. Manchas apareceram novamente nas praias de Apiques, no município de Itapipoca, distante 139,9 quilômetros de Fortaleza, em Caetanos de Cima e em Caetanos de Baixo, na cidade de Amontada, a 174,4 km da Capital. Evento extremo de ressaca no fundo do oceano pode ter influenciado a chegada de mais petróleo na costa.
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A Marinha do Brasil enviou dois agentes de inspeção naval às praias de Amontada para retirada do material. Populares realizaram mutirão de limpeza na tarde desta segunda-feira, 30. De acordo com uma pessoa da comunidade, que, por questão de segurança pediu pra não ser identificada, pelo menos 40 quilos de resíduos foram retirados da faixa de areia. Esta é a segunda aparição de óleo na região. Na primeira, cinco quilos foram recolhidos.
“O pessoal que trabalha com turismo em Icaraí de Amontada está querendo abafar o caso. Estão fazendo certa pressão nas pessoas que estão postando nas redes. Rapidamente mobilizaram as equipes para fazer a limpeza para que turismo não fosse atingido” relata a fonte após pedir anonimato.
De acordo com relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), referente às localidades atingidas, na última semana, entre 21 a 27 de dezembro, pelo menos três praias do litoral cearense estão até 10% contaminadas com o óleo. A Praia do Futuro, em Fortaleza, o Pontal de Maceió, em Fortim, e a praia de Lagoinha, em Paraipaba.
Outros 38 pontos, que registraram alguma aparição desde 2 de setembro, quando houve os primeiros registros do material na costa nordestina, estão limpos e não apresentam resíduos.
Rivelino Cavalcante, professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), aposta em quantidade ainda significativa do óleo no fundo do oceano. “Como o material está há muito tempo, era para estar mais decomposto. Em um nível de micropartículas ou até molecular. Em tamanho difícil de ver a olho nu”, avalia.
Ele comenta que o resíduo está sendo remobilizado no oceano devido à ressaca do mar, comum para este período do ano. “Ele fica no fundo por conta do carbonato. Depois, com esse evento extremo de ressaca, ele suspende e tende a reaparecer. O material não está na coluna d’água”, posiciona Rivelino.