Neste ano, já foram notificados nove casos de leishmaniose visceral em humanos em Itapipoca. Duas pessoas morreram vítimas da doença, segundo a Secretaria da Saúde (Sesa). No ano passado, foram registrados dois óbitos. Nos últimos 3 anos, o aumento no número de casos confirmados da doença tem chamado a atenção da Secretaria de Saúde do Município.
Também conhecida como calazar, a doença é provocada pelos parasitas unicelulares do gênero Leishmania, um protozoário. É transmitida ao homem somente pelo flebótomo ou mosquito-palha. Se não tratada, pode evoluir para a morte em mais de 90% dos casos.
A doença apresenta como sintomas, nos seres humanos, febre irregular, por muito tempo, problemas respiratórios, diarreia, aumento do abdômen, anemia e, em casos mais graves, sangramento na boca e no intestino.
Foi com esses sintomas que o irmão da agricultora Cleonice Martins dos Santos deu entrada no Hospital de Itapipoca. “Houve uma demora no diagnóstico. Um dia amanheceu muito ruim, piorou e foi transferido para o Hospital São Camilo, em Fortaleza, onde passou 18 dias, mas os órgãos já estavam comprometidos, no dia 24 de janeiro, morreu”, lamenta.
Segundo o boletim da Sesa, sobre leishmaniose em pessoas, o Estado já contabilizou 116 casos, com 13 mortes neste ano. A Capital, Fortaleza, lidera em número de casos (22) e mortes (5), seguida por Itapipoca com nove casos e duas mortes. O terceiro município com maior número de registros é Abaiara (7), que registrou também uma morte.
No ano passado, do total de 350 notificações no Ceará, dez saíram de Itapipoca, também com duas mortes. Segundo o coordenador de Saúde Regional do Município, Mário Couto, no geral, a maioria dos infectadas são crianças, entre 1 a 9 anos, da periferia das cidades, indivíduos que ainda não têm o sistema imunológico completo. Ele destaca também que só se contrai o calazar pela picada dos Flebotomíneos infectados e o cão também é vítima.