Um jovem de 24 anos, identificado apenas como Chang, da Taiwan, está no centro de um escândalo internacional após ser acusado de uma fraude de seguro tão bizarra quanto chocante. Chang teria amputado as próprias pernas em um congelamento planejado, visando receber uma indenização equivalente a R$ 6,5 milhões (ou US$ 1,3 milhão), segundo reportagem do blog “Page Not Found”, do jornal Extra, baseada em informações da revista “Newsweek”.
A trama, que mais parece saída de um filme de suspense, envolveu a simulação de um grave acidente de scooter à noite, alegação contestada por quatro das cinco seguradoras envolvidas. Após uma minuciosa investigação, autoridades descobriram que as temperaturas não estavam suficientemente baixas para causar as lesões alegadas por Chang. Fotos hospitalares também revelaram lesões simétricas nas pernas do jovem, algo pouco comum em casos de congelamento.
A investigação ainda revelou um elemento perturbador: Chang e um cúmplice mantiveram as pernas imersas em gelo seco por horas, em um esforço deliberado para simular os efeitos de um congelamento. Fotos comprometedoras do jovem com as pernas no balde foram encontradas, corroborando com a descoberta da fraude.
A motivação por trás desse golpe peculiar teria sido, segundo as autoridades, a tentativa de Chang de “conseguir dinheiro rapidamente” para escapar de uma suposta ameaça de uma gangue.
Chang, agora usando próteses, e seu cúmplice, identificado como Liao, foram presos e enfrentam acusações de fraude.
Fraudes no Brasil e América Latina
Enquanto o caso de Chang choca o mundo, no Brasil, um estudo recente da CNseg revelou que as fraudes contra seguradoras totalizaram impressionantes R$ 824,9 milhões em 2022, representando cerca de 16,1% do valor dos sinistros suspeitos. Os pedidos de indenização sob suspeita alcançaram 11,4% do total pago aos clientes, com apenas 16,1% desses casos provando-se como fraude.
Na América Latina, as fraudes em seguros resultam em perdas anuais de cerca de US$ 50 bilhões, com a Argentina liderando as estatísticas, onde aproximadamente 45% das contratações apresentam irregularidades. As fraudes mais comuns incluem ações consideradas de oportunidade, como a fração de despesas médicas para reembolso indevido e a simulação de danos a bens inexistentes para receber indenizações.