Um terremoto de magnitude 7,1 atingiu, nesta terça-feira, a remota região de Xinjiang, no noroeste da China, causando estragos significativos na vila de Uchturpan e deixando seis pessoas feridas, duas delas em estado grave. As autoridades locais relataram danos em mais de 120 casas e diversas estruturas agrícolas, enquanto uma operação de resgate envolvendo cerca de 200 equipes foi acionada para socorrer as vítimas.
O epicentro do tremor foi registrado pelo Centro de Redes de Terremotos da China na vila de Uchturpan, também conhecida como Wushi em mandarim, na prefeitura de Aksu. Apesar da destruição de postes de eletricidade, as autoridades de Aksu garantiram que a energia foi rapidamente restabelecida na região.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o terremoto ocorreu na cordilheira de Tian Shan, marcando uma magnitude de 7. Este evento sísmico é o mais significativo na região desde 1978, quando um tremor de magnitude 7,1 ocorreu a aproximadamente 200 quilômetros do epicentro atual.
Além do tremor principal, foram registrados vários tremores secundários, o mais forte atingindo magnitude 5,3. As autoridades alertam para a possibilidade de réplicas nos próximos dias.
Uchturpan, habitada majoritariamente por uigures, uma minoria étnica chinesa de origem muçulmana, encontra-se sob condições climáticas extremas, com temperaturas previstas pela Administração Meteorológica da China chegando a 18 graus Celsius negativos. Essa região, assim como outras partes do norte e centro da China, tem enfrentado ondas de frio intenso neste inverno, resultando em fechamentos repetidos de escolas e rodovias devido a tempestades de neve.
O serviço ferroviário de Urumqi, a capital de Xinjiang, retomou suas atividades após verificações de segurança confirmarem a integridade das linhas. No entanto, 23 comboios foram afetados durante a suspensão.
Este terremoto destaca a vulnerabilidade das regiões pouco povoadas diante de desastres naturais e reacende preocupações sobre a segurança e as condições de vida da minoria uigur, que enfrenta não apenas os desafios naturais, mas também políticas estatais de assimilação forçada e detenção em massa.