Terremoto de 7,7 graus em Mianmar deixa mais de 1,6 mil mortos e mobiliza ajuda internacional

Tremor de 7,7 graus paralisa infraestrutura, agrava crise humanitária e leva governo militar a permitir entrada de equipes de resgate estrangeiras.

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Os governantes militares de Mianmar autorizaram a entrada de centenas de equipes de resgate estrangeiras no país, neste sábado (29), após um terremoto de magnitude 7,7 graus na escala Richter atingir a região, deixando pelo menos 1.644 mortos. O tremor, um dos mais devastadores da história recente do país, comprometeu aeroportos, pontes e rodovias, agravando a situação humanitária em um território já assolado por uma guerra civil.

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O epicentro do terremoto foi registrado na sexta-feira (28), e, além das vítimas fatais, milhares de pessoas estão desaparecidas. Em Mandalay, segunda maior cidade do país e uma das mais afetadas, sobreviventes tentaram retirar escombros com as próprias mãos para resgatar familiares e vizinhos, sem maquinário pesado ou assistência governamental suficiente.

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Na Tailândia, o tremor também causou estragos, resultando no colapso de um arranha-céu em construção na capital Bangcoc, onde pelo menos nove pessoas morreram e outras 47 estão desaparecidas. As operações de resgate continuam na região.

Previsão de mais vítimas e danos estruturais

De acordo com o modelo preditivo do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o número de mortos em Mianmar pode ultrapassar 10 mil. As perdas materiais são estimadas como superiores à produção econômica anual do país.

Diante da calamidade, o líder da junta militar, general Min Aung Hlaing, visitou Mandalay e determinou a intensificação dos trabalhos de busca e resgate. Segundo comunicado divulgado na imprensa estatal, o general orientou as autoridades a atenderem “a quaisquer necessidades urgentes” da população afetada.

A oposição, representada pelo governo de unidade nacional, informou que pelo menos 2,9 mil edifícios, 30 estradas e sete pontes foram destruídos. Além disso, os aeroportos internacionais de Naypyitaw e Mandalay foram temporariamente fechados devido aos danos estruturais. A torre de controle do aeroporto da capital desabou, comprometendo as operações aéreas na região.

Ajuda internacional e dificuldades no resgate

Diante do pedido raro de assistência internacional feito pela junta militar, vários países mobilizaram apoio. A China enviou uma equipe de resgate e anunciou US$ 13,77 milhões em ajuda humanitária. A Índia enviou aviões militares carregados com suprimentos e navios com 40 toneladas de mantimentos. Malásia, Cingapura, Rússia e Coreia do Sul também estão enviando equipes e recursos.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) declarou que está pronta para apoiar os esforços de resgate e recuperação. Os Estados Unidos, apesar das sanções aplicadas às lideranças militares de Mianmar, também confirmaram o envio de alguma assistência.

Porém, o acesso a áreas remotas e a falta de equipamentos dificultam as operações de resgate. “Muitas pessoas estão presas, mas não há ajuda suficiente devido à escassez de mão de obra, equipamentos e veículos”, relatou um morador de Mandalay, sob anonimato, por questões de segurança.

Desespero entre sobreviventes

A tragédia deixou moradores em desespero, como Htet Min Oo, de 25 anos, que tentou resgatar a avó e dois tios soterrados. “Não sei se eles ainda estão vivos sob os escombros”, afirmou emocionado à Reuters. “Depois de tanto tempo, acho que não há mais esperança.”

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