Meta anuncia parceria com governo Trump para pressionar países que buscam regular redes sociais

Empresa muda políticas de moderação e põe fim à checagem de fatos em suas plataformas.

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A Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou nesta terça-feira (7) uma aliança com o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para combater regulamentações que afetam empresas de tecnologia americanas. O fundador da companhia, Mark Zuckerberg, afirmou que a colaboração visa enfrentar uma “tendência global de censura” contra plataformas digitais.

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Zuckerberg criticou medidas adotadas por diversos países, acusando a Europa de “institucionalizar a censura”, a América Latina de manter “tribunais secretos” e a China de “bloquear aplicativos” da Meta. “A única maneira de resistir a essa tendência global é com o apoio do governo dos EUA”, disse o empresário.

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Como parte dessa nova abordagem, a Meta anunciou cinco mudanças em suas políticas de moderação de conteúdo, incluindo o fim do programa de checagem de fatos e alterações nas restrições a temas como imigração e gênero. Além disso, a empresa planeja promover conteúdos cívicos e transferir suas equipes de moderação da Califórnia para o Texas, estado com legislações mais brandas sobre o setor.

Fim da checagem de fatos e novas diretrizes

Zuckerberg informou, em um vídeo de cinco minutos publicado em suas redes sociais, que o programa de verificação de informações será substituído por “notas da comunidade”, semelhantes às implementadas pela plataforma X (antigo Twitter). Esse programa, iniciado em 2016, tinha verificadores independentes em mais de 115 países.

“Vamos nos livrar dos verificadores de fatos e substituí-los por notas da comunidade, começando nos EUA”, explicou. Segundo ele, a iniciativa visa “voltar às raízes em torno da liberdade de expressão”.

Outra mudança é o relaxamento de restrições sobre conteúdos relacionados à imigração e gênero. “O que começou como um movimento inclusivo tem sido usado para silenciar opiniões divergentes, e isso foi longe demais”, justificou Zuckerberg.

A promoção de conteúdos cívicos também foi anunciada. O fundador da Meta afirmou que as redes sociais haviam reduzido a recomendação de conteúdos políticos, mas que agora há um novo apelo do público por mais postagens sobre o tema.

Críticas de especialistas

Bruna Santos, da Coalizão Direitos na Rede, avaliou que as decisões representam um alinhamento estratégico da Meta com o governo de Trump e um possível retrocesso na confiabilidade do ambiente digital.

“Essas mudanças podem gerar um cenário de maior desinformação e discursos problemáticos, que antes eram parcialmente mitigados pelas políticas de moderação e checagem de fatos”, destacou.

Segundo Bruna, a decisão da Meta cria um falso dilema entre liberdade de expressão e regulação de conteúdo, fortalecendo um ambiente de menor integridade informacional. “Medidas como checagem de fatos não censuram, mas promovem informações confiáveis. A retirada dessas ferramentas pode levar a um ambiente digital mais suscetível à manipulação e à desinformação”, concluiu.

A transferência das equipes de moderação para o Texas também levantou preocupações. Bruna avalia que a medida demonstra a intenção de reduzir o controle interno sobre a integridade do conteúdo, favorecendo visões políticas específicas.

Impacto global

A aliança da Meta com o governo Trump marca uma mudança significativa na abordagem da empresa em relação à regulamentação digital, ao mesmo tempo em que reforça a posição dos EUA como influenciador global no setor de tecnologia. Enquanto isso, especialistas e entidades que atuam pela integridade na internet temem que essas mudanças aprofundem desigualdades informacionais e fomentem ambientes digitais mais polarizados.

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