Israel lançou ataques aéreos contra mais de 1.300 alvos do Hezbollah nesta segunda-feira, resultando na morte de 492 pessoas e no deslocamento de dezenas de milhares de civis, no dia mais mortal no Líbano em décadas. Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, pelo menos 1.645 pessoas ficaram feridas, entre elas 35 crianças e 58 mulheres. Este foi o maior número diário de mortes no Líbano desde a guerra civil de 1975-1990, segundo autoridades libanesas.
Após uma das mais intensas trocas de fogo desde o início das hostilidades em outubro, Israel emitiu um alerta para que a população libanesa deixasse as áreas onde o Hezbollah estaria armazenando armamento. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração que a guerra de Israel não é contra o povo libanês, mas sim contra o Hezbollah. “Por muito tempo o Hezbollah tem usado vocês como escudos humanos”, disse Netanyahu.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, classificou a segunda-feira como um “pico significativo” no conflito que já dura quase um ano. Gallant afirmou que as forças israelenses destruíram milhares de foguetes e munições acumulados pelo Hezbollah ao longo de duas décadas. “O que o Hezbollah construiu desde a Segunda Guerra do Líbano está, de fato, sendo destruído pelas IDF (Forças de Defesa de Israel)”, disse ele.
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No entanto, o Hezbollah respondeu rapidamente, lançando dezenas de mísseis contra uma base militar no norte de Israel. O grupo também prometeu continuar os combates até que um cessar-fogo seja alcançado em Gaza.
A ofensiva de Israel ocorre em meio a uma mudança de foco, após quase um ano de guerra contra o Hamas na fronteira sul. O Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem disparado foguetes contra Israel em apoio ao Hamas, também apoiado pelo Irã. Nesta segunda-feira, as Forças de Defesa de Israel atacaram alvos em todo o sul, leste e norte do Líbano, causando explosões secundárias quando munições armazenadas em edifícios foram detonadas.
Enquanto isso, o ministro libanês Nasser Yassin, responsável pela coordenação da resposta à crise, ativou 89 abrigos temporários em escolas e outras instalações, com capacidade para mais de 26.000 pessoas, que fugiram das “atrocidades israelenses”. Mais de 60 mil civis também foram evacuados do norte de Israel, em função dos intensos combates.
Na noite de segunda-feira, Israel também lançou um ataque nos subúrbios do sul de Beirute, visando o líder do Hezbollah, Ali Karaki, chefe do front sul. No entanto, o grupo afirmou que Karaki estava em segurança em um local protegido.
O conflito continua a escalar, com ambos os lados prometendo intensificar as ações até que seus respectivos objetivos sejam alcançados, colocando a região em uma espiral de violência que ameaça novas ondas de destruição e desestabilização.