No domingo (28), a startup de chips cerebrais Neuralink, liderada pelo visionário empresário Elon Musk, alcançou um marco revolucionário ao realizar com sucesso o primeiro implante em um paciente humano. De acordo com Musk, o bilionário fundador da empresa, o paciente está se recuperando de maneira positiva, enquanto os primeiros resultados revelam uma detecção promissora de picos de neurônios.
Os picos, que representam a atividade dos neurônios, foram descritos pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (EUA) como células que utilizam sinais elétricos e químicos para transmitir informações ao cérebro e ao corpo. A autorização concedida pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) para o estudo em humanos, no ano passado, foi um passo crucial nas ambições da Neuralink, que, em setembro, anunciou a aprovação para recrutar voluntários para os testes.
O estudo, que utiliza um robô para cirurgicamente implantar uma interface cérebro-computador (BCI) em uma região do cérebro responsável pelo controle da intenção de movimento, busca inicialmente possibilitar que as pessoas controlem um cursor ou teclado de computador apenas com seus pensamentos. Os fios “ultrafinos” dos implantes são essenciais para transmitir os sinais no cérebro dos participantes, conforme explicado pela própria Neuralink.
O primeiro produto da Neuralink, denominado Telepathy, segundo Musk, representa um avanço significativo na integração mente-máquina. O experimento, além de testar a eficácia da interface cérebro-computador sem fio, visa avaliar a segurança tanto do implante quanto do robô cirúrgico.
Apesar dos avanços, a Neuralink enfrenta desafios e críticas. Recentemente, a empresa foi multada por violar as regras do Departamento de Transportes dos EUA (DOT) relacionadas ao transporte de materiais perigosos. Além disso, quatro parlamentares norte-americanos solicitaram à Comissão de Valores Mobiliários uma investigação sobre possíveis enganos de Elon Musk aos investidores, após registros veterinários revelarem problemas em implantes em macacos, incluindo paralisia, convulsões e inchaço cerebral. Musk defendeu a segurança da tecnologia em suas redes sociais, destacando que a escolha de macacos “terminais” foi feita para minimizar riscos para animais saudáveis.