Nesta quinta-feira (21), a renomada revista científica Scientific Reports trouxe à luz uma descoberta notável: uma nova espécie de pterossauro denominada Meilifeilong youhao. O estudo, resultado da colaboração de 14 pesquisadores de nove instituições chinesas e brasileiras, foi coordenado pelo Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados, na China, e pelo Museu Nacional/UFRJ, no Brasil.
O Meilifeilong youhao, pertencente ao grupo Chaoyangopteridade, deixou sua marca no período Cretáceo, revelando-se uma espécie única que ultrapassava dois metros de envergadura e compartilhava a peculiaridade de não possuir dentes, como seus congêneres.
A notável descoberta também assinala duas décadas de colaboração frutífera entre cientistas chineses e brasileiros na área da paleontologia. O pesquisador Xiaolin Wang, do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados, expressou sua satisfação: “Foram 20 anos de uma parceria muito frutífera e produtiva. Estamos muito felizes em trabalhar em colaboração, o que muito contribuiu para o avanço da paleontologia, especialmente, dos pterossauros, os primeiros vertebrados a desenvolverem a capacidade de voar.”
O professor Alexander Keller, paleontólogo e diretor do Museu Nacional/UFRJ, que coordenou a participação dos brasileiros na pesquisa, destacou a raridade do grupo de pterossauros ao qual o Meilifeilong youhao pertence. Ele ressaltou a importância da descoberta, explicando que a nova espécie apresenta uma crista craniana acima da enorme janela nasoantorbital, com uma extensão suave.
A escolha do nome da nova espécie, Meilifeilong youhao, reflete não apenas sua majestade, mas também a amizade duradoura entre as equipes de pesquisa. “Expressamos a nossa amizade a partir do nome desta nova espécie: Meilifeilong – significa lindo dragão voador e youhao significa amizade”, explicou Xiaolin Wang.
Diógenes de Almeida Campos, co-iniciador da colaboração sino-brasileira, enfatizou a importância da parceria, destacando que “trabalhar com colegas da China tem sido uma forma importante de promover a internacionalização da ciência.” Ao longo de duas décadas, essa colaboração resultou em dezenas de trabalhos publicados nas principais revistas científicas do mundo, como Science e Nature, consolidando-se como uma referência na paleontologia internacional. O estudo recém-publicado na Scientific Reports é mais um marco significativo dessa colaboração duradoura, trazendo à luz não apenas uma nova espécie de pterossauro, mas também o poder da cooperação científica global.