A agência de alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta sexta-feira (27) que a “grave escassez de combustível” na Faixa de Gaza, sitiada por Israel, poderá forçá-la a interromper o fornecimento de ajuda alimentar de emergência a milhares de famílias deslocadas na região.
“Apenas duas de nossas padarias contratadas têm combustível para produzir pão no momento e amanhã pode não haver nenhuma”, alertou o representante do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Samer Abdeljaber.
Essa ameaça coloca em risco a subsistência de milhares de famílias que dependem das entregas diárias de pão, especialmente aquelas que vivem em abrigos na Faixa de Gaza, onde o PMA fornece suprimentos diários de pão para uma média de 200 mil pessoas em situação de vulnerabilidade. No entanto, devido à falta de combustível, esse número já caiu para 150 mil na quarta-feira (25).
Além disso, a agência também destacou que os produtos alimentícios essenciais estão desaparecendo rapidamente nas lojas de Gaza, uma vez que a situação dificulta o reabastecimento. Estradas danificadas, preocupações com a segurança e a falta de combustível tornaram a distribuição de alimentos cada vez mais complicada.
Na quinta-feira, Cindy McCain, chefe do PMA, expressou preocupação com a “burocracia insana” na passagem de Rafah, que liga o Egito à Faixa de Gaza, e como isso está reduzindo drasticamente o fluxo de ajuda humanitária, deixando a região em uma situação precária.
A comunidade internacional acompanha com atenção a evolução dessa crise, com a esperança de que soluções emergenciais sejam encontradas para garantir que a ajuda alimentar continue chegando às famílias necessitadas na Faixa de Gaza.