Léo Batista, um dos maiores nomes da comunicação brasileira, faleceu neste domingo (19), aos 92 anos. Dono de uma voz inconfundível, o jornalista marcou gerações com quase oito décadas de carreira, destacando-se como um ícone da narração esportiva e da cobertura jornalística de grandes momentos históricos do país.
Natural de Cordeirópolis, interior de São Paulo, João Baptista Bellinaso Neto começou a carreira ainda adolescente, improvisando transmissões em casa com uma lata de tomate como microfone. O talento precoce o levou ao serviço de alto-falante de sua cidade natal aos 15 anos e, mais tarde, ao rádio e à televisão, onde consolidou sua trajetória.
Pioneirismo e grandes coberturas
Em 1954, foi o primeiro jornalista a anunciar na Rádio Globo o suicídio de Getúlio Vargas. Décadas depois, na TV Globo, Léo comunicou ao Brasil a morte de Ayrton Senna, em 1994, em um dos momentos mais tristes do esporte mundial.
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Chegou à TV Globo em 1970, tornando-se precursor de programas como o Esporte Espetacular e o Globo Esporte. Também apresentou o Jornal Nacional, Jornal Hoje e desfiles de Carnaval. No Fantástico, imortalizou o quadro Gols do Fantástico e as narrações ao lado da famosa zebrinha, que anunciava os resultados da loteria esportiva.
A origem de Léo Batista
A mudança do nome profissional foi sugestão do colega Luiz Mendes, que achava complicado pronunciar Bellinaso Neto. Assim nasceu Léo Batista, como passou a ser chamado até por sua família. A estreia na televisão ocorreu em 1955, na TV Rio, onde deu os primeiros passos no veículo que o consagraria.
Um legado de dedicação
Léo Batista narrou Copas do Mundo, Jogos Olímpicos e Fórmula 1, sempre mantendo o tom didático e carismático que cativava o público. Ele afirmava que o segredo do sucesso era a combinação de “gosto, dom e treino”.
Apesar da idade, continuava ativo até recentemente, participando de programas esportivos e recebendo homenagens. Em junho de 2024, foi tema de uma série documental no Globoplay e teve uma cabine de imprensa batizada com seu nome no Estádio Nilton Santos, estádio de seu time do coração, o Botafogo.
Despedida e reconhecimento
O Brasil se despede de Léo Batista com um misto de tristeza e gratidão. Sua trajetória representa não apenas a evolução da comunicação no país, mas também o exemplo de como a paixão pelo ofício pode inspirar gerações.