A Petrobras divulgou nesta quarta-feira (26) seu relatório anual de 2024, registrando um lucro líquido de R$ 36,6 bilhões (US$ 7,5 bilhões). O valor é significativamente inferior ao resultado de 2023, quando a empresa obteve R$ 124,6 bilhões (US$ 24,9 bilhões). A principal razão para a queda foi a variação cambial relacionada às dívidas da estatal com suas subsidiárias no exterior.
No 4º trimestre de 2024, a companhia registrou prejuízo de R$ 17 bilhões (US$ 2,8 bilhões), embora, se excluídos eventos exclusivos como transações tributárias e flutuações cambiais, o lucro líquido do período teria sido de R$ 17,7 bilhões (US$ 3,1 bilhões).
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou os aspectos positivos do desempenho financeiro da empresa em 2024, destacando a geração operacional de US$ 38 bilhões e a redução da dívida financeira para US$ 23 bilhões, o menor nível desde 2008. Ela afirmou que os resultados refletem a capacidade da empresa de gerar valor para a sociedade e para seus investidores.
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O diretor financeiro, Fernando Melgarej, explicou que os “eventos exclusivos”, embora impactantes no lucro líquido, não afetaram o fluxo de caixa da companhia. Sem esses efeitos, o lucro líquido de 2024 seria de R$ 103 bilhões (US$ 19,4 bilhões).
A redução do lucro foi impulsionada por fatores como a variação cambial (- US$ 10,9 bilhões), a desvalorização do Brent e do crackspread do diesel (- US$ 6,5 bilhões), a transição tributária federal (- US$ 2,7 bilhões) e a queda no volume de produção de petróleo (- US$ 0,8 bilhão). A empresa também aderiu ao edital de contencioso tributário em junho de 2024, encerrando disputas judiciais envolvendo afretamentos de embarcações e plataformas.
Em termos de investimentos, a Petrobras aplicou R$ 91 bilhões (US$ 16,6 bilhões) em projetos ao longo de 2024. A companhia pagou R$ 102,6 bilhões em dividendos no ano passado, e em 2024, os tributos pagos ao governo somaram R$ 270 bilhões, o segundo maior valor dos últimos dez anos.
Além disso, a produção de petróleo e gás natural da Petrobras alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), com recordes no pré-sal e novos sistemas de produção entrando em operação. A empresa também teve um fator de utilização total de 93%, a maior dos últimos dez anos, e recordes de produção de gasolina e diesel S-10.
Em 2024, a Petrobras também iniciou operações comerciais em novos projetos de refino e atingiu o melhor indicador histórico de emissões de gases do efeito estufa em seu setor de refino.