Senado aprova tributação mínima de 15% sobre lucros de multinacionais no Brasil

Medida visa atender a critérios da OCDE e combater a evasão fiscal, com início da cobrança previsto para 2025.

Portal Itapipoca Portal Itapipoca
3 minuto(s) de leitura
- PUBLICIDADE -

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (18) o projeto de lei que estabelece uma tributação mínima de 15% sobre os lucros de empresas multinacionais operando no Brasil. A medida será implementada por meio de um adicional na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), garantindo que essas corporações atendam ao acordo global contra a erosão tributária, liderado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

A nova regra, que deverá entrar em vigor em 2025, impactará cerca de 290 multinacionais, sendo 20 delas brasileiras, de acordo com o Ministério da Fazenda. A proposta, apresentada pelo deputado José Guimarães (PT-CE), foi inicialmente prevista na Medida Provisória 1262/24, mas, sem votação, foi transformada no Projeto de Lei 3817/24. Após aprovação na Câmara dos Deputados na terça-feira (17), o texto segue agora para a sanção presidencial.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

Como será a tributação

O projeto prevê que os lucros das multinacionais serão submetidos a cálculos para verificar se a tributação efetiva atinge o mínimo de 15%. Caso contrário, um adicional da CSLL será aplicado às empresas pertencentes a grupos multinacionais com receita anual consolidada superior a 750 milhões de euros (cerca de R$ 4,78 bilhões) em pelo menos dois dos quatro anos fiscais anteriores à apuração.

A medida está alinhada às exigências da OCDE, organização que o Brasil tenta formalizar sua entrada desde 2015. O objetivo principal é evitar que empresas utilizem paraísos fiscais ou jurisdições com alíquotas menores para reduzir seus encargos tributários.

Incentivos tributários prorrogados até 2029

Embora a proposta inclua uma taxação adicional, ela também prorroga até 2029 dois incentivos fiscais às multinacionais brasileiras:

  1. Crédito presumido de 9% sobre lucros no exterior;
  2. Consolidação de resultados de subsidiárias estrangeiras.

Segundo o relator do projeto, deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), esses incentivos são essenciais para manter a competitividade das multinacionais brasileiras e evitar a dupla tributação, garantindo condições equitativas em relação a concorrentes estrangeiros.

No entanto, a prorrogação dos benefícios terá impacto nas receitas governamentais. O Ministério da Fazenda projeta uma renúncia de R$ 4,051 bilhões em 2026 e R$ 4,283 bilhões em 2027, embora não haja efeitos no orçamento de 2025.

Quando começa a cobrança?

A cobrança da nova taxação começará no ano fiscal de 2025, com os pagamentos previstos até o último dia do sétimo mês após o encerramento do ano fiscal. Essa data pode variar, já que nem todas as multinacionais seguem o calendário do ano civil.

Compartilhe
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

- Advertisement -
Enviar mensagem
1
Fale conosco
Envia sua notícia ou denúncia para a nossa equipe de jornalismo!