No mês de junho, o Brasil registrou uma deflação, ou seja, uma queda nos preços, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em -0,08%, sendo a primeira vez no ano que o índice fica abaixo de zero. A última vez em que a inflação apresentou queda foi em setembro do ano passado.
Esse resultado representa o quarto mês consecutivo em que a inflação perde força. Em maio, o IPCA foi de 0,23%. No acumulado do ano, o índice soma 2,87% e, nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses anteriores.
Os grupos que mais contribuíram para a deflação em junho foram alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%), que tiveram impacto de -0,14 e -0,08 ponto percentual no índice geral, respectivamente.
A queda nos preços dos alimentos foi influenciada pelo recuo nos preços da alimentação em casa (-1,07%). Itens como óleo de soja (-8,96%), frutas (-3,38%), leite longa vida (-2,68%) e carnes (-2,10%) apresentaram redução nos preços. Já a alimentação fora de casa teve um aumento de 0,46%, porém, com menos intensidade em relação ao mês anterior.
No setor de transportes, a redução de preços foi motivada pela queda nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e usados (-0,93%). Essa queda está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos, lançado pelo governo federal em junho.
Outro destaque foi a queda nos preços dos combustíveis (-1,85%), com redução nos preços do óleo diesel (-6,68%), etanol (-5,11%), gás veicular (-2,77%) e gasolina (-1,14%). A gasolina, que tem o maior peso individual no IPCA, teve um impacto de -0,06 ponto percentual.
Por outro lado, o grupo Habitação teve a maior contribuição para a pressão de preços para cima, com aumento de 0,69% e impacto de 0,10 ponto percentual. A energia elétrica residencial (1,43%) e a taxa de água e esgoto (1,69%) foram os principais responsáveis por esse aumento, devido aos reajustes aplicados em algumas regiões do país.
Além disso, o IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve uma queda de 0,10% em junho, a primeira deflação desde setembro de 2022. O INPC abrange o custo de vida para famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos.
Esses resultados indicam que a inflação está perdendo força no país, o que pode ser um reflexo da desaceleração da economia e da redução dos preços de alguns produtos. No entanto, é importante acompanhar os próximos meses para verificar se essa tendência de deflação se mantém e quais serão os impactos na economia brasileira.