O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2023, apresentando uma queda de 28,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo banco.
A diminuição no lucro também foi significativa em comparação com o último trimestre de 2022, atingindo 51%. O BNDES teve um desempenho financeiro desafiador nos primeiros meses deste ano, impactado principalmente pela devolução antecipada de R$ 45 bilhões ao Tesouro Nacional em novembro de 2022. Essa ação resultou em um descasamento financeiro, levando a uma perda expressiva de receita e afetando a rentabilidade do banco.
Segundo Alexandre Abreu, diretor da área financeira do BNDES, a queda no lucro não está relacionada à mudança na direção do banco, ocorrida com a posse do novo governo. A maioria dos diretores assumiu seus cargos apenas em fevereiro e março, portanto, não houve tempo suficiente para que suas ações impactassem os resultados financeiros.
O setor industrial foi o maior beneficiado pelos desembolsos do BNDES no primeiro trimestre, recebendo um total de R$ 6,1 bilhões. Em seguida, vieram os setores de infraestrutura, com R$ 5,5 bilhões; comércio e serviços, com R$ 3,8 bilhões; e agropecuária, com R$ 3,7 bilhões.
Apesar do recuo no lucro, os diretores do BNDES reafirmaram a projeção de dobrar os desembolsos até 2026, alcançando aproximadamente 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Atualmente, o banco desembolsa cerca de 1% do PIB, o equivalente a R$ 100 bilhões por ano.
A inadimplência do BNDES permaneceu em um patamar baixo, com taxas oscilando de 0,13% em dezembro de 2022 para 0,06% em março de 2023. Esses números são inferiores à média da inadimplência do Sistema Financeiro Nacional, que é de 3,33% para o geral e 0,53% para grandes empresas, na mesma data.
O presidente do banco, Aloizio Mercadante, não pôde participar da divulgação dos resultados devido a problemas de afonia, conforme informou a assessoria do BNDES.