Número de famílias em situação de rua cresce no Brasil, aponta estudo do Ministério do Desenvolvimento Social

Relatório destaca aumento de 165% em cinco anos e propõe ações para tornar políticas públicas mais eficazes.

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Em agosto de 2024, o Cadastro Único (CadÚnico) registrava 298.071 famílias em situação de rua, representando 308.277 pessoas em um universo de 94.587.894 indivíduos cadastrados, distribuídos entre 40.811.422 famílias. Esses dados foram apresentados na 37ª edição da série do Caderno de Estudos, lançado nesta quarta-feira (11) pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

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O levantamento revelou um crescimento alarmante de 165% em relação a 2018, quando o CadÚnico contabilizava 116.799 pessoas em situação de rua. O aumento exponencial reflete desafios estruturais, incluindo a falta de dados consistentes para subsidiar políticas públicas externas, como as voltadas para questões econômicas e climáticas.

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De acordo com o ministro Wellington Dias, o estudo visa aprimorar a eficácia das políticas públicas. “Hoje trazemos um diagnóstico atualizado, fruto de um trabalho iniciado em janeiro do ano passado, que culminou no Plano Ruas Visíveis”, afirmou. A política, desenvolvida em colaboração com o Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania, aborda dez eixos temáticos, abrangendo desde definições conceituais até a transversalidade com programas habitacionais e de transferência de renda, como o Bolsa Família.

Desigualdades evidentes

O relatório aponta a heterogeneidade da população em situação de rua, destacando a maior vulnerabilidade de grupos como mulheres, idosos, crianças, adolescentes, pessoas LGBTQIA+, negros e indígenas. Dados do CadÚnico mostram que jovens, analfabetos e pessoas negras ou indígenas têm mais chances de pernoitar nas ruas do que em albergues, evidenciando a dimensão racial do problema.

“A rua é mais racializada do que os albergues, ainda que em ambos a maioria da população seja negra”, destacou o estudo.

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, ressaltou a importância de reconhecer as raízes sociais e raciais do fenômeno. “Essa é uma questão global, profundamente influenciada pelo racismo e pelas desigualdades étnicas e éticas que ele gera”, afirmou.

Próximos passos

Embora abrangente, o estudo também aponta limitações, já que o CadÚnico não abrange toda a população em situação de rua. Os pesquisadores defendem a realização de um censo nacional e a integração de dados administrativos para aprimorar as ações governamentais.

“A coleta de dados mais detalhados é essencial para embasar políticas públicas eficazes e baseadas em evidências concretas”, conclui o relatório.

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