Sonda Hera realiza sobrevoo em Marte para testar sistema de navegação autônoma

Manobra permitirá validar tecnologia antes da chegada ao asteroide Dimorphos em 2026.

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A sonda espacial Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), realizará nesta quarta-feira (12) uma aproximação a Marte, chegando a cerca de 5 mil quilômetros da superfície do planeta. A manobra tem como objetivo testar sistemas de navegação desenvolvidos pela empresa portuguesa GMV antes da chegada da sonda ao seu destino final, o asteroide Dimorphos, em 2026.

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De acordo com Francisco Cabral, engenheiro aeroespacial e chefe de projeto da GMV na missão Hera, o teste será uma oportunidade para validar o software responsável pelo sistema de seguimento e navegação autônoma da sonda. Durante essa fase crítica, que durará entre minutos e algumas horas, o equipamento captará imagens de Marte e ativará o sistema desenvolvido pela GMV, que identifica marcos visuais, como contrastes e brilhos, permitindo calcular sua posição de forma autônoma.

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Além de Marte, a sonda também registrará imagens de Deimos e Phobos, as duas luas do planeta vermelho. O procedimento servirá de ensaio para as etapas mais arriscadas da missão, quando serão necessárias manobras rápidas para a aproximação ao asteroide.

Defesa planetária e missão científica

A sonda Hera foi lançada em 7 de outubro e é a primeira missão da ESA voltada à defesa planetária. Seu objetivo é estudar Dimorphos, um pequeno satélite natural do asteroide Didymos, cuja órbita foi alterada em 2022 pelo impacto da sonda DART, enviada pela NASA. Esse experimento foi a primeira demonstração de que a trajetória de um corpo celeste pode ser modificada artificialmente, tornando-se um potencial método de defesa contra asteroides que representem risco à Terra.

Com o auxílio de 12 instrumentos científicos, Hera analisará em detalhes a composição e estrutura de Dimorphos, além de posicionar dois pequenos satélites em sua órbita. Esses dispositivos farão observações da superfície e pesquisas com radar – sendo esta a primeira vez que tal tecnologia será empregada diretamente em um asteroide.

Participação portuguesa e investimentos na missão

A missão Hera conta com a colaboração de diversas empresas portuguesas, incluindo GMV, Tekever, FHP e Efacec, que desenvolveram sistemas como isolamento térmico, navegação e comunicação entre satélites. Um dos destaques é um instrumento a laser capaz de medir distâncias de até 20 quilômetros.

Portugal, como Estado-membro da ESA, investiu 2,8 milhões de euros na missão, que possui um custo total de 363 milhões de euros. A chegada da sonda a Dimorphos está prevista para dezembro de 2026, quando será realizada uma análise detalhada do asteroide, que possui 160 metros de diâmetro e orbita Didymos, um corpo maior com 780 metros de diâmetro.

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