A Polícia Civil do Ceará prendeu, nesta quarta-feira (12), 12 pessoas suspeitas de envolvimento em ataques a empresas provedoras de internet no estado. A ação policial ocorreu, simultaneamente, em Fortaleza e nas cidades de Caucaia, Horizonte e São Gonçalo do Amarante. Batizada de “Operação Strike”, a investigação resultou no cumprimento de 12 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão, além da apreensão de três pistolas.
A operação é uma resposta às ações de grupos criminosos que vinham atacando empresas de internet no estado. Desde o final de fevereiro, diversos ataques resultaram na suspensão de serviços, incluindo visitas técnicas e o fornecimento de internet, devido à violência dos criminosos.
As investigações apuram se os ataques estão sendo praticados contra empresas que recusaram o pagamento de uma taxa a uma facção criminosa para ofertar serviço. Essas empresas teriam sido alvo de represálias, como destruição de cabos, incêndio a veículos e disparos contra fachadas.
O secretário de Segurança Pública do Ceará, Roberto Sá, destacou que a polícia já vinha investigando essas organizações, inclusive com a criação de um grupo especial formado por unidades como a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e as Coordenadorias de Inteligência (Coin) e Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer).
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“Prendemos hoje 12 pessoas envolvidas com organizações criminosas e com extensa ficha criminal. Alguns já haviam sido presos por crimes muito violentos”, afirmou o secretário.
Entre os presos, dois foram identificados como participantes diretos nos atos de violência. Um deles, considerado “braço técnico” da facção, operava um provedor de internet clandestino. O outro era responsável pela articulação dos ataques e pela extorsão de empresas.
“Um criminoso era o articulador, envolvido diretamente nos ataques a provedores de Caucaia e São Gonçalo do Amarante”, disse Sá.
Parte dos 37 mandados de busca e apreensão teve como alvo empresas fornecedoras de serviço de internet, suspeitas de atuar de forma irregular. O delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutiérrez, explicou que as investigações vão determinar se os provedores estavam envolvidos com o grupo criminoso ou se eram explorados por ele.
“Alguns desses provedores são totalmente clandestinos, sem qualquer tipo de autorização ou cadastro para funcionar. As investigações vão esclarecer se eles estavam comprometidos com a facção”, destacou.
O delegado também enfatizou que essa operação é a primeira grande resposta aos ataques e que os materiais apreendidos podem levar a novas prisões.
“Não daremos trégua a esses criminosos. Vamos atuar em várias frentes para tirar esses indivíduos de circulação e promover a asfixia financeira dos grupos criminosos”, afirmou Gutiérrez.
O delegado titular da Draco, Alisson Gomes, revelou que as investigações começaram em fevereiro, focando na violência contra provedores de internet na região metropolitana de Fortaleza, especialmente em Caucaia e São Gonçalo do Amarante, além de bairros como Pirambu, Carlito Pamplona, Sapiranga e Quintino Cunha.
“Identificamos os responsáveis por organizar tecnicamente os provedores clandestinos e os criminosos que ameaçavam e danificavam o patrimônio das empresas que se recusavam a pagar a taxa de extorsão”, explicou Gomes.
O delegado reforçou que a operação atacou tanto o braço operacional quanto o de articulação dos criminosos.
“Esses grupos tentam, mas não conseguirão monopolizar o mercado de provedores de internet no Ceará”, concluiu.
