Levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que 94% das cidades brasileiras sofreram pelo menos uma vez com eventos climáticos extremos entre 2013 e 2023, levando a decretos de situação de emergência ou estado de calamidade pública. Os dados foram divulgados pelo presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, nesta segunda-feira (20), véspera da 25ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.
Segundo o estudo, apenas os prejuízos enfrentados pelas prefeituras somaram R$ 81 bilhões. Contudo, o repasse de recursos federais para ações de resposta e recuperação foi muito inferior ao necessário: “O governo federal autorizou R$ 9,5 bilhões, mas pagou apenas R$ 3 bilhões”, criticou Ziulkoski.
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Além das perdas financeiras, os desastres climáticos afetaram 2,6 milhões de moradias, sendo que 115 mil foram completamente destruídas, gerando um prejuízo adicional de R$ 36,2 bilhões. Ziulkoski destacou a disparidade entre os danos enfrentados e as metas habitacionais do governo, especialmente para municípios menores.
A Marcha deste ano, com o tema “Pacto Federativo: um Olhar para a População Desprotegida”, busca discutir os impactos dos extremos climáticos e a adaptação das cidades brasileiras. Além disso, os gestores municipais planejam pressionar pela desoneração da folha de pagamento municipal e a aprovação de um Projeto de Emenda Constitucional para aliviar o endividamento com a União, que atinge R$ 1,1 trilhão entre os 2.180 municípios mais endividados.
A Agência Brasil procurou o Ministério da Integração Nacional para comentar sobre as críticas de falta de recursos, mas ainda aguarda resposta.