Em 2023, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) divulgou dados reveladores sobre as escolhas de nomes nos cartórios brasileiros, indicando uma tendência marcante em favor de opções curtas, bíblicas ou originais. Miguel e Helena se destacam como os favoritos, liderando o ranking com 25.140 e 23.047 registros, respectivamente.
Surpreendentemente, outros nomes como Gael, Davi, Ravi, Noah, Isaac, Aurora, Ísis, Maya, Liz, Maitê e Eloá também conquistaram posição de destaque, figurando entre os 30 mais escolhidos pelos pais ao longo do ano.
Miguel mantém sua posição de liderança do ano anterior, enquanto Helena recuperou o posto que havia perdido para Maria Alice no último levantamento. Além desses, Gael, Theo, Arthur, Heitor, Maria Alice, Alice, Davi e Laura permanecem como escolhas populares, embora tenham mudado de posições no ranking em relação ao ano passado.
Um fator crucial que contribuiu para essa dinâmica foi a introdução de uma nova legislação (Lei 14.382, de 2022), que permitiu a qualquer pessoa maior de 18 anos alterar seu nome em cartório, sem a necessidade de procedimento judicial. Além disso, os pais agora têm a opção de alterar o nome do recém-nascido em até 15 dias após o registro do nascimento, impulsionando significativamente a diversidade de escolhas.
Após um ano da implementação dessa lei, os cartórios brasileiros registraram 10.314 mudanças de nome, demonstrando um claro benefício para aqueles que desejam modificar seus nomes por motivos pessoais ou de constrangimento. Gustavo Renato Fiscarellio, presidente da Arpen-Brasil, destaca que “o caso da alteração de nomes e sobrenomes é emblemático, pois já é possível ver que pessoas que antes não gostavam de seu nome ou sofriam algum tipo de constrangimento estão se beneficiando claramente desta inovação”.
Para realizar a mudança de nome, basta comparecer diretamente a um Cartório de Registro Civil com documentos pessoais (RG e CPF), sendo que o custo do procedimento varia conforme a unidade da federação. Essa flexibilidade proporcionada pela nova legislação reflete diretamente nas escolhas dos brasileiros, que agora têm a liberdade de expressar sua identidade por meio de seus nomes.