Desafios e celebrações: O Dia Nacional da Umbanda confronta a intolerância religiosa e celebra 115 anos de história

Religiosidade afro-brasileira enfrenta aumento da intolerância, mas mantém vivas suas raízes e celebrações

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No Dia Nacional da Umbanda, celebrado em 15 de novembro, líderes religiosos alertam sobre o crescimento da intolerância religiosa enfrentada pelos praticantes dessa religião afro-brasileira. Embora a Umbanda tenha experimentado um ressurgimento nas últimas décadas, dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro revelam um aumento de 10 casos de ultraje a culto religioso em 2021. Líderes espirituais apontam para o período dos anos 1980 como o início de um processo negativo, marcado pela demonização por parte de algumas igrejas pentecostais.

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O pai Fernando D’Oxum, da Tenda Espírita São Lázaro, destaca a resistência da Umbanda, especialmente nos últimos anos, impulsionada pela disseminação da religião por uma “escola paulista muito poderosa”. No entanto, a intolerância persiste de forma mais explícita, segundo o pai Wilker Jorge Leite Filho, do Templo Umbandista Estrela do Amanhã.

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Dados do ISP apontam que em 2021 ocorreram 33 ocorrências de ultraje a culto religioso no Rio de Janeiro, representando um aumento em relação ao ano anterior. Além disso, as delegacias registraram mais de quatro casos diários de crimes relacionados à intolerância religiosa em 2020.

Um dos desafios enfrentados pela Umbanda é a dificuldade em contabilizar o número de tendas e casas de santo no Brasil. O pai Fernando D’Oxum propõe uma pesquisa para mapear a localização dessas casas e estimar a população de praticantes. Contudo, ele destaca que alguns terreiros optam por permanecer escondidos devido ao receio de ataques por grupos neopentecostais agressivos.

Apesar dos obstáculos, a Umbanda é descrita como uma religião 100% brasileira, nascida em São Gonçalo, com influências indígenas, hindus e do catolicismo. O sincretismo, que associava orixás a santos católicos, também é mencionado como parte integrante da religião, embora algumas casas tenham abandonado essa prática.

Na busca pela preservação do patrimônio histórico, a Tenda Espírita São Lázaro propõe a criação do Museu da Umbanda, enquanto o pai Wilker defende a inclusão da religião no calendário oficial de São Gonçalo.

Para celebrar os 115 anos da Umbanda, São Gonçalo preparou uma extensa programação, incluindo debates, exposições e homenagens. A semana culminará em um Encontro dos Povos de Terreiros, destacando a diversidade e a importância da religião na região.

Apesar dos desafios, jovens como Samuel Salustiano da Costa, coordenador do grupo jovem Bala e Pimenta, destacam os valores inclusivos e de amor incondicional da Umbanda. A religião, que avançou globalmente, enfrenta a intolerância religiosa, mas mantém viva sua essência e tradições.

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