A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) formalizou um pedido ao Ministério da Saúde para iniciar o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue no Brasil. Caso o pedido seja aceito, a instituição passará a produzir a vacina Qdenga, fabricada pela farmacêutica japonesa Takeda, por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que envolve transferência de tecnologia.
As informações foram confirmadas tanto pela Takeda quanto pela Fiocruz. Em nota, a fundação brasileira afirmou que poderá fornecer mais detalhes “após a avaliação da proposta encaminhada”.
Em 2024, o Ministério da Saúde adquiriu quatro milhões de doses da vacina Qdenga e já assinou contrato para a distribuição de nove milhões de doses em 2025. A vacina, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, já está sendo administrada na rede pública de saúde desde fevereiro deste ano, com foco em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve a Qdenga como uma vacina viva atenuada, contendo versões enfraquecidas dos quatro sorotipos do vírus causador da dengue. O esquema vacinal recomendado consiste em duas doses, aplicadas com intervalo de três meses. No Brasil, o Ministério da Saúde segue essa orientação, priorizando áreas com alta transmissão da doença.
De acordo com o painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, em 2024 o Brasil registrou 6.547.438 casos prováveis de dengue, com 5.613 mortes confirmadas e 1.499 óbitos ainda em investigação. O surto alarmante destaca a necessidade de intensificar os esforços de imunização no país.
Além da Qdenga, o Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina contra a dengue, com expectativa de submeter o pedido de registro à Anvisa ainda este ano. Caso essa vacina seja aprovada, o Brasil poderá contar com mais uma opção para reforçar o combate à dengue em sua rede pública de saúde.
A ampliação da produção local da vacina Qdenga pela Fiocruz pode representar um avanço significativo na luta contra a dengue, especialmente em um país que enfrenta números alarmantes da doença ano após ano.