Estados do Nordeste do Brasil enfrentam um aumento nos casos de COVID-19, de acordo com dados da Semana Epidemiológica 49, disponibilizados pelo Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 11 de dezembro. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (14) no Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O boletim destaca que, embora a Bahia tenha registrado um recuo nos casos após ser o primeiro estado a apontar a elevação, ainda mantém um crescimento nas novas ocorrências. Já no Ceará, os casos aumentam consistentemente semana após semana. Os estados do Maranhão, Paraíba e Pernambuco também apresentam sinal inicial de aumento, especialmente entre pessoas de idade avançada.
A Fiocruz alerta para o cenário preocupante nos estados mencionados. “Há sinal de aumento na Bahia, no Ceará, no Maranhão, na Paraíba e em Pernambuco em relação à SRAG por covid-19. No Maranhão, na Paraíba e em Pernambuco, o volume ainda é relativamente baixo, e o ritmo de crescimento é leve, indicando possível início de ciclo”, informou a fundação.
A situação se agrava com a notificação de sinal de crescimento de síndromes respiratórias agudas graves por COVID-19 em longo prazo nos estados do Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí e Rondônia. Minas Gerais permanece em platô, enquanto estados como Acre, Espírito Santo, Mato Grosso, Piauí e Rondônia apresentam apenas oscilação.
Na análise por região, o centro-sul mantém a tendência de queda em relação à COVID-19, com Minas Gerais interrompendo o crescimento e permanecendo em estabilidade. O pesquisador Marcelo Gomes ressalta que, apesar de leve aumento recente em Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, trata-se apenas de oscilação.
As capitais também estão sob alerta, com dez delas apresentando sinal de aumento, incluindo Aracaju, Campo Grande, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Rio de Janeiro, Salvador, Teresina e Vitória. A Fiocruz destaca que, em algumas localidades, o aumento está relacionado especialmente à população de idade avançada, enquanto em outras, como Rio de Janeiro e Curitiba, o crescimento recente se concentra em crianças de 2 a 14 anos.
O Boletim InfoGripe reforça a importância da vacinação, especialmente para grupos de risco, e destaca que a incidência e mortalidade de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) mantêm o padrão típico de maior impacto entre crianças pequenas e pessoas idosas. No ano epidemiológico de 2023, foram notificados 168.852 casos de SRAG, com o Sars-CoV-2/covid-19 tendo a maior prevalência entre os casos de resultado positivo para vírus respiratórios. A Fiocruz destaca a necessidade de manter a vacinação em dia para proteção diante do atual cenário.