No Dia Nacional da Imunização, comemorado nesta sexta-feira (9), a pediatra Natália Bastos compartilha suas experiências sobre a evolução do atendimento pediátrico ao longo das décadas e os desafios enfrentados no campo da imunização. Vestida com um jaleco temático, cercada por brinquedos em seu consultório, a médica ressalta a importância das vacinas na prevenção de doenças e proteção das crianças.
Natália destaca a mudança drástica no atendimento às emergências pediátricas em todo o país. Como exemplo, ela menciona a triagem de crianças com suspeita de meningite, que antes resultava em longas filas para a realização de punção lombar. Hoje em dia, graças à vacinação, o número de casos diminuiu significativamente, tornando a punção lombar uma prática menos comum.
No entanto, a médica também menciona o desafio de lidar com os pais, especialmente quando se trata da imunização dos pequenos. Ela destaca a propagação de notícias falsas, como as relacionadas à vacina da gripe, que levantam questionamentos sobre sua segurança e eficácia. Natália reforça a importância de desmistificar essas informações e garantir aos pais que as vacinas são seguras e protegem seus filhos.
A vacina contra a COVID-19 também é mencionada como um exemplo da mudança trazida pela imunização em massa. A médica enfatiza como a vacinação generalizada possibilitou que as pessoas voltassem a sair às ruas sem máscaras, alterando o panorama da pandemia.
Outra questão discutida é a vacinação contra o HPV, frequentemente questionada pelos pais. Natália explica que a vacina é segura e pode prevenir lesões associadas ao câncer de colo de útero, impactando positivamente a vida das mulheres no futuro.
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), também ressalta a importância do Dia Nacional da Imunização e destaca os 50 anos do Programa Nacional de Imunizações do Brasil, reconhecido como o primeiro programa estruturado da região das Américas. Ele alerta para a necessidade de retomar altas coberturas vacinais em todo o país, destacando que o Brasil corre o risco de reintrodução de doenças já erradicadas.
Kfouri aponta que o país enfrenta desafios como a falta de investimento na manutenção do programa de vacinação, desconfiança da população em relação às vacinas e a influência de grupos antivacina. Ele destaca o risco iminente de retorno de doenças como poliomielite, rubéola, difteria, sarampo, entre outras.
O pediatra enfatiza a necessidade de enfrentar as diferentes realidades do país, considerando as particularidades de cada região, estado e município. Ele destaca a importância da comunicação, do acesso, treinamento e capacitação dos profissionais de saúde, além do investimento na produção de vacinas.
Kfouri conclui que é essencial um grande pacto entre a sociedade civil, o Ministério da Saúde, os estados e os municípios para recuperar a cobertura vacinal e garantir a proteção de todas as crianças do país.
Com o Dia Nacional da Imunização, reforça-se a importância das vacinas na prevenção de doenças, a necessidade de combater as fake news relacionadas à imunização e o desafio de garantir altas coberturas vacinais em todo o país.