Mônica Calazans, enfermeira de 54 anos, há oito meses na linha de frente do combate ao coronavírus no Hospital Emílio Ribas, é a primeira brasileira a receber uma vacina contra a covid-19 no Brasil. Ela foi imunizada neste domingo, 17, no Hospital das Clínicas de São Paulo, logo após a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de autorizar o uso emergencial da Coronavac e da vacina de Oxford no país.
Apesar dela já ter sido vacinada, a autorização, de fato, ainda dependia da publicação da decisão da Anvisa e dos acordos com o Butantan em Diário Oficial.https://d-33246799072077059896.ampproject.net/2012301722001/frame.html
Mônica é negra, moradora de Itaquera (zona leste), com perfil de alto risco para complicações da covid-19. Ela é hipertensa e diabética.
“Tenho orgulho de ser enfermeira da UTI do Emílio Ribas. Espero que a população acredite na vacina. Falo isso como brasileira, mulher e negra. Vamos pensar em quantas pessoas e quantas famílias perdemos, eu quase perdi um irmão para covid-19. É isso que a gente estava esperando para poder voltar à vida normal”, disse ela logo após ter sido vacinada.
Apesar de se enquadrar nessas condições, em maio do ano passado, no auge da primeira onda da doença, ela se inscreveu para vagas de CTD (Contrato por Tempo Determinado), escolhendo trabalhar no Emílio Ribas, no epicentro do combate à pandemia.
Anvisa aprova uso da Coronavac e vacina de Oxford
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, neste domingo, 17, o uso emergencial das vacinas do Instituto Butantan/Sinovac e da Fiocruz/AstraZeneca no Brasil. A reunião com os cinco diretores da agência levou cinco horas e teve aprovação unânime.
O parecer foi baseado em análises das áreas técnicas do órgão, responsáveis pelo registro de medicamentos, pela certificação de Boas Práticas de Fabricação, e pela farmacovigilância de medicamentos. Cerca de 50 pessoas participaram de todo o processo de aprovação.
Todas as áreas foram favoráveis ao uso de forma excepcional das duas vacinas, mas fizeram ressalvas para a necessidade de monitorar “incertezas” e deram prazo de 24 horas para os laboratórios comunicarem a Anvisa, caso ocorram algum evento adverso durante a vacinação.
Fonte: Exame