Durante a Cúpula do G7 na Europa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta sexta-feira (14) sobre o Projeto de Lei 1.904/24, que propõe criminalizar o aborto realizado após 22 semanas de gestação, mesmo em casos de estupro. Lula, que se declarou pessoalmente contra o aborto, defendeu tratar a questão como uma questão de saúde pública em entrevista coletiva em Puglia, na Itália.
“Eu, Luiz Inácio, sou contra o aborto. Mas, como o aborto é uma realidade, precisamos tratar como uma questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher em uma pena maior do que o criminoso que fez o estupro”, afirmou. Lula garantiu que acompanhará mais de perto o debate ao retornar ao Brasil, previsto para este sábado (15).
O tema do aborto também foi abordado pelos líderes do G7 na Itália, com a primeira-ministra Giorgia Meloni removendo do documento final da cúpula um trecho que discutia o acesso e cuidados para o aborto legal seguro, presente na declaração do ano anterior.
Além disso, Lula abordou o impasse sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores, criticando a pressão para desvincular gastos em saúde e educação para manter a medida. O presidente frisou que o setor deve apresentar soluções para equilibrar as contas conforme o prazo do STF. “Nós não vamos fazer ajuste em cima dos pobres. Os críticos do déficit fiscal são os mesmos que apoiaram a desoneração sem compensação”, disse.
Lula elogiou o progresso na política econômica brasileira, ressaltando a regulação do marco fiscal e a reforma tributária. Ele reafirmou a confiança no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e declarou a ambição de elevar o Brasil novamente à sexta maior economia do mundo até o final de seu mandato.