Em uma iniciativa coordenada entre a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) e a Polícia Civil do Paraná (PCPR), a operação “Lobo em Pele de Cordeiro” foi deflagrada com o objetivo de descapitalizar e enfraquecer o crime organizado, seguindo a diretriz adotada por diversas Polícias Civis em todo o país. Coordenada pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da PC-CE e pela Delegacia de Estelionato do Paraná da PCPR, a ação teve seu ápice nesta quarta-feira (22), com a realização de 83 ordens judiciais.
A investigação conjunta mirou um grupo criminoso que se passava por escritórios de advocacia, aplicando golpes em diversos estados brasileiros. O foco estava no combate aos crimes de estelionato, resultando na apreensão de R$ 17.550,00 em espécie, 29 celulares e dois revólveres durante as diligências no Ceará.
Detalhes cruciais da operação foram compartilhados durante coletiva de imprensa realizada no auditório da Superintendência da PC-CE no Cisp, em Fortaleza. Os criminosos, que se faziam passar por representantes legais, entravam em contato com indivíduos que tinham valores a receber em precatórios. Utilizando documentos falsos, prometiam a liberação do pagamento, efetuando cobranças indevidas.
Mais de 50 vítimas registraram Boletins de Ocorrência (BO) relacionados ao esquema, que envolvia a criação de registros falsos no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e informações verídicas sobre processos jurídicos. A ação resultou em 20 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão, contando com a participação de mais de 200 agentes da PC-CE e PCPR.
A atuação se estendeu por diversas localidades, incluindo Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba, no Ceará, e Guarulhos, em São Paulo. No decorrer da operação, 16 prisões temporárias e 52 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Ceará, enquanto 11 mandados de busca e apreensão foram executados em São Paulo.
Um dos destaques da ação ocorreu em Maracanaú, onde, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, foram encontrados dois revólveres em posse de um indivíduo de 38 anos, já conhecido por crimes de receptação. Ele foi conduzido à Delegacia Metropolitana de Maracanaú e autuado por posse irregular de arma de fogo.
As investigações indicaram que os suspeitos focavam suas atividades nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Para executar os golpes, utilizavam números telefônicos variados por meio de aplicativos de mensagens, solicitando dinheiro às vítimas sob a promessa de desbloquear o pagamento de processos judiciais.
Além do apoio das Polícias Civis, a operação contou com a colaboração da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), reforçando a importância da cooperação entre as instituições no combate a crimes de alta complexidade.