O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou as condenações do ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, nas investigações da Operação Lava Jato. A íntegra da decisão ainda não foi divulgada, mas a sentença foi proferida em resposta a um pedido de extensão feito pela defesa de Pinheiro. O recurso teve como base outras decisões de Toffoli que já haviam anulado procedimentos da Lava Jato, reconhecendo a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro na condução dos processos.
Léo Pinheiro, um dos principais delatores da operação, teve sua colaboração premiada homologada pelo STF em 2019, o que lhe permitiu sair da prisão para cumprir pena em regime domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele havia passado 3 anos e 4 meses preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, devido às investigações da Lava Jato.
Os depoimentos de Pinheiro foram utilizados nos processos que culminaram na condenação de Luiz Inácio Lula da Silva, então ex-presidente, no caso envolvendo o tríplex do Guarujá. No entanto, essas condenações foram posteriormente anuladas pelo STF, que apontou irregularidades e considerou que Moro havia agido de forma parcial nos julgamentos.
Em nota, os advogados de Léo Pinheiro, Maria Francisca Accioly e Daniel Laufer, comemoraram a decisão do ministro Dias Toffoli. “A defesa de Léo Pinheiro enaltece a recente decisão proferida pelo ministro Dias Toffoli, que reafirmou o compromisso com a Justiça e garantiu a imparcialidade e a equidade de posicionamento em relação a todos os demais feitos que já declarou a nulidade da Operação Lava Jato”, declarou a defesa.
Com a anulação das condenações, mais um dos principais episódios da Lava Jato passa por reavaliação, reabrindo o debate sobre a condução e a legitimidade de diversas ações da operação que marcou a política e a justiça brasileiras nos últimos anos.