O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu uma decisão nesta sexta-feira que proíbe Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, de manter qualquer forma de contato com Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, investigados nos inquéritos relacionados aos desvios de presentes de governos estrangeiros ocorridos durante a gestão de Bolsonaro, bem como os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
A determinação do ministro também abrange a proibição de Mauro Cid se comunicar com sua esposa, Gabriela Cid. Atualmente detido em Brasília no contexto da investigação que apura uma possível fraude no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro, Mauro Cid é peça-chave nas apurações sobre os desvios de presentes e os incidentes ocorridos no início do ano.
A decisão de Moraes foi embasada em um relatório elaborado pela Polícia Federal, que ressalta conversas encontradas por meio de perícia realizada no celular de Mauro Cid. As mensagens indicam discussões que poderiam incitar ações antidemocráticas em oposição ao resultado das eleições presidenciais de 2022, nas quais Luiz Inácio Lula da Silva saiu vitorioso.
No transcurso do dia, Mauro Cid também prestou depoimento à Polícia Federal (PF) acerca da alegada visita do hacker Walter Delgatti ao então presidente Bolsonaro. Essa visita teria ocorrido no Palácio da Alvorada durante o período eleitoral do ano anterior.