A Polícia Federal (PF) deflagrou, na última semana, a “Operação Biometrics” com o objetivo de desarticular um esquema de fraudes bancárias. O Ceará esteve no centro das investigações, com oito mandados de busca e apreensão e dois de prisão cumpridos no Estado. Entre os investigados, pelo menos cinco são membros da mesma família.
A investigação teve início em junho de 2024, quando foram detectadas movimentações bancárias suspeitas, incluindo uma transação de mais de R$ 5 milhões. Segundo a PF, essas movimentações levaram à identificação dos envolvidos e à deflagração da operação.
A maioria das ordens judiciais foi cumprida na cidade de Itapipoca, no interior do Estado. Um dos alvos principais é um falso empresário, responsável por uma empresa de fachada no setor de modas e confecções. Outro investigado, também natural de Itapipoca, possui 23 contas bancárias abertas em bancos digitais e instituições de pagamento, o que levantou suspeitas sobre sua participação no esquema.
A reportagem procurou o advogado Mayko Renan Alcântara, que representa parte dos investigados. Ele afirmou que a defesa ainda não teve acesso completo aos autos do processo e que irá se pronunciar em momento oportuno.
Fraudes contra a Caixa Econômica Federal
De acordo com a PF, o grupo investigado teria utilizado identidades falsificadas para abrir contas bancárias empresariais e obter empréstimos fraudulentos. As fraudes foram cometidas principalmente contra a Caixa Econômica Federal.
A Justiça Federal da 3ª Região, ao expedir os mandados, destacou que há provas da materialidade dos crimes e indícios suficientes da participação de cada envolvido. Segundo os autos, “cada investigado possui seu grau de importância para o sucesso da empreitada criminosa”, sendo que o grupo utilizava diversas empresas de fachada para movimentar e dissimular a origem dos valores ilícitos.
No total, 16 mandados de prisão preventiva e 34 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados do Ceará e São Paulo. Alguns dos cearenses investigados foram localizados na capital paulista. A PF estima que o prejuízo causado pelo esquema pode chegar a R$ 42 milhões, incluindo outras fraudes identificadas durante a investigação.