Criar e revitalizar bibliotecas de escolas públicas, com novas cores, mobiliários, equipamentos eletrônicos, jogos e novos livros. A partir daí, oferecer um território fértil para cultivar leitores capazes de fazer leituras sábias do mundo e transformar realidades. Esse é o objetivo do Territórios da Leitura, projeto que visa a democratização do acesso à leitura aliada a uma proposta de formação de leitores.
Territórios da Leitura foi lançado em 2020, um ano atípico por causa do início da pandemia de Covid-19. Mesmo assim, beneficiou o município de Maranguape, no Ceará, entregando uma biblioteca escolar de alto padrão na Escola Municipal Deputado Manoel Rodrigues, além de atividades formativas para educandos e educadores.
Este ano, o projeto chega a Itapipoca. O município cearense ganhará duas bibliotecas escolares revitalizadas, oficinas literárias para crianças e adolescentes e formação para professores. As escolas públicas contempladas estão localizadas em comunidades de vulnerabilidade social: a Escola Dr. Péricles Fernandes Teixeira (1º ao 5º ano), no bairro Nova Aldeota, e a Escola Monsenhor Antônio Tabosa Braga (6º a 9º ano), no bairro Cruzeiro.
Os novos espaços de leitura serão inaugurados no dia 29 de julho, deixando o terreno fértil para leitura no retorno às aulas. Além de cores novas, a revitalização das duas bibliotecas somam, ao todo, mais de 500 novos livros (prevendo títulos em braile e audiobooks), 40 jogos educativos, 7 computadores, mesas de leitura, cadeiras, pufes e móveis planejados. Cada biblioteca recebeu também um aparelho de ar-condicionado e uma smart tv. A proposta é que cada um desses espaços seja um ponto de conhecimento, encontro, afetos e construções de vínculos a partir do livro.
O corpo docente dessas escolas está recebendo oficinas e consultoria pedagógica na área da leitura e literatura até novembro. Eles participaram do seminário virtual do projeto sobre leitura, escrita e literatura na educação básica, realizado no canal da Invento Produções Culturais no YouTube entre 28 de junho e 2 de julho, que beneficiou mais de 1.500 educadores de todo o Brasil.
Ainda como atividade formativa, os alunos dessas escolas poderão participar de oficinas, contações de histórias, tertúlias e clubes literários de agosto a novembro, no intuito de melhorar suas proficiências em leitura e fortalecer suas habilidades de escrita e de argumentação.
O Territórios da Leitura é uma realização da Invento Produções Culturais, da Secretaria Especial da Cultura e do Ministério do Turismo, com patrocínio do Grupo Dass e Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com a parceria da Secretaria de Educação de Itapipoca, BG Soluções Sociais e Instituto Seara.
O INÍCIO DO PROJETO EM MARANGUAPE
A primeira biblioteca revitalizada pelo projeto Territórios da Leitura foi da Escola Deputado Manoel Rodrigues, em Maranguape. Além da transformação, foram realizadas atividades online de formação para estudantes e professores.
Os alunos da escola foram incentivados à prática da leitura em oficinas e contações de histórias. Os educadores da instituição participaram de oficinas e receberam consultoria exclusiva. Além disso, o projeto realizou um seminário para todo o Brasil, que teve a participação de mais de 2 mil inscritos e o alcance superior a 3 mil visualizações. Com estas atividades de formação o projeto cumpriu com o objetivo de desenvolver práticas de leitura para educandos e educadores de Redes de Educação Básica Municipais.
“Realizamos uma pesquisa no final do projeto em Maranguape. Alcançamos 99% de avaliação positiva dos educadores”, diz Emídio Sanderson, diretor do projeto Território de Leituras. A pesquisa revelou também que 90% dos alunos afirmaram a pretensão de frequentar a nova biblioteca. “O que pretendemos é cultivar leitores em escolas públicas por meio de bibliotecas, pois elas são consideradas a principal porta de entrada da criança e do jovem na leitura”, explica Emídio. “No Brasil, 44% da população não tem o hábito de ler e 66% não frequenta bibliotecas. Nosso objetivo é mudar esses números, democratizando o acesso ao livro e à leitura e, com isso, estimular o hábito da leitura como um meio de emancipação social”, diz.