O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (2) o perdão presidencial ao filho Hunter Biden, de 54 anos, em três condenações envolvendo posse ilegal de armas e ocultação de consumo de drogas. A decisão foi divulgada em um comunicado oficial da Casa Branca, no qual o presidente destacou acreditar que as acusações contra Hunter foram motivadas politicamente por opositores.
“Desde o dia em que tomei posse, disse que não interferiria nas decisões do Departamento de Justiça, e mantive minha promessa mesmo diante de um julgamento seletivo e injusto contra meu filho”, declarou Biden. Ele também acusou adversários políticos no Congresso de instigarem as denúncias e manipularam o sistema judicial.
As acusações contra Hunter Biden
Hunter Biden foi condenado por mentir sobre seu consumo de drogas ao adquirir uma arma de fogo em 2018, período em que lutava contra o vício em crack. A legislação americana proíbe a posse de armas por usuários de substâncias controladas. Além disso, o filho do presidente enfrentava investigações por evasão fiscal, às quais se declarou culpado em setembro, reconhecendo falhas em suas declarações de imposto de renda.
Essas acusações poderiam levar Hunter a penas de até 42 anos de prisão, somando os delitos relacionados à posse de arma e crimes fiscais. Ele deveria ser sentenciado nos dias 12 e 16 de dezembro deste ano.
Motivações pessoais e presidenciais
No comunicado, Joe Biden descreveu o impacto pessoal das acusações sobre a família. “Ao tentarem quebrar o Hunter – que está sóbrio há cinco anos e meio –, quebraram-me a mim, e não há razão para acreditar que irão parar por aqui”, afirmou. O presidente defendeu a medida como um ato necessário para restaurar a justiça e proteger sua família.
Hunter, por sua vez, prometeu usar sua segunda chance para ajudar pessoas que enfrentam dificuldades semelhantes às que ele superou. “Assumi total responsabilidade pelos erros cometidos nos dias mais sombrios da minha adição”, declarou, mencionando os desafios de reconstruir sua vida enquanto enfrentava perseguições políticas.
Reações divergentes
A decisão de Joe Biden gerou fortes reações de opositores. O ex-presidente Donald Trump, que recentemente venceu as eleições presidenciais, classificou o indulto como um “abuso de justiça”. Trump comparou o caso ao uso de perdões presidenciais em seu próprio governo, quando perdoou aliados como Charles Kushner, pai de seu genro Jared Kushner.
Analistas políticos avaliam que a decisão de Biden pode repercutir de formas distintas no cenário nacional, considerando a polarização do país e as acusações de parcialidade no sistema judicial.