Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, desenvolveram um teste sanguíneo inovador capaz de identificar a doença de Parkinson antes mesmo do aparecimento dos primeiros sintomas. A descoberta, segundo os cientistas, representa um avanço significativo no diagnóstico precoce da patologia neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
De acordo com comunicado divulgado pela universidade, o teste é simples, econômico e baseado na quantificação de fragmentos específicos de ARN (ácido ribonucleico) presentes no sangue. O foco está em uma sequência repetitiva que se acumula nos pacientes com Parkinson, além de um declínio do ARN mitocondrial — uma alteração que se agrava conforme a doença progride.
“Medindo a proporção entre esses biomarcadores, o teste oferece uma ferramenta de diagnóstico precisa, não invasiva, rápida e acessível”, afirma a equipe de pesquisadores. O objetivo é permitir intervenções e tratamentos precoces que possam alterar o curso da doença antes que os sintomas motores se manifestem.
Os cientistas garantem que o novo método consegue distinguir indivíduos em estágio pré-sintomático da doença de pessoas saudáveis com um grau de precisão superior ao das ferramentas de diagnóstico utilizadas atualmente. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Aging Nature.
A doença de Parkinson é caracterizada pela degeneração progressiva de células cerebrais responsáveis pelo controle dos movimentos. Entre os sintomas mais comuns estão tremores, rigidez muscular, lentidão motora e dificuldades de locomoção — sinais que só aparecem quando há uma perda significativa de células no cérebro.
Atualmente, o diagnóstico é feito com base na observação clínica dos sintomas, o que dificulta a detecção precoce. Embora não exista cura para o Parkinson, tratamentos como medicamentos e cirurgias de estimulação cerebral profunda ajudam a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.