As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram, em comunicado oficial, o início de uma operação terrestre no Líbano contra posições do grupo xiita Hezbollah. De acordo com o exército israelense, os ataques serão “limitados, localizados e direcionados”, focados em áreas próximas à fronteira entre os dois países.
“De acordo com a decisão do escalão político, há algumas horas, as FDI iniciaram ataques terrestres limitados, localizados e direcionados, com base em informações precisas contra alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah no sul do Líbano. Estes alvos estão localizados em aldeias perto da fronteira e representam uma ameaça imediata para as comunidades israelitas no norte de Israel”, informou o comunicado.
Minutos após a invasão, Israel relatou o lançamento de cerca de 10 projéteis a partir do Líbano, visando o norte do país. Parte deles foi interceptada pelo sistema de defesa aérea israelense, enquanto outros caíram em áreas desabitadas, sem relatos de vítimas até o momento.
Tensão crescente
Nas últimas semanas, a tensão entre o Hezbollah e Israel atingiu novos patamares. O clima de hostilidade escalou após um ataque cibernético que atingiu as comunicações internas do Hezbollah, utilizando dispositivos explosivos em pagers e walkie-talkies do grupo. Embora os detalhes completos sobre a autoria do ataque ainda não sejam claros, acredita-se que o serviço de inteligência israelense tenha executado a ação.
Desde então, o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, intensificou os bombardeios a alvos estratégicos do Hezbollah, resultando na morte de importantes figuras do grupo, incluindo comandantes militares e o ex-líder Sayyed Hassan Nasrallah, morto em um ataque aéreo em Beirute.
A ofensiva militar, segundo autoridades israelenses, é considerada a única forma de assegurar a proteção das comunidades no norte de Israel, que têm sofrido com uma série de ataques nos últimos meses. Desde outubro, estima-se que mais de 60 mil israelenses foram deslocados da região, após o Hezbollah ter lançado ataques em apoio ao Hamas, que também se encontra em conflito com Israel na Faixa de Gaza.