O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (22) que, se o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã, ainda não compreendeu a mensagem de Israel após a recente escalada de ataques, o grupo irá “entender” mais tarde. “Nos últimos dias, infligimos ao Hezbollah uma sequência de golpes que ele não imaginava”, declarou Netanyahu em hebraico, em uma breve mensagem de vídeo.
O líder israelense fez o pronunciamento após uma noite de intensos confrontos entre Israel e o Hezbollah, que incluiu o lançamento de foguetes e ataques transfronteiriços. Netanyahu destacou que Israel está determinado a garantir a segurança de sua população no norte do país, que continua vulnerável aos ataques do grupo libanês. “Se o Hezbollah não entendeu a mensagem, prometo que a entenderá”, afirmou Netanyahu.
O primeiro-ministro destacou ainda a posição de Israel em relação aos ataques que vêm afetando as comunidades do norte. “Estamos determinados a garantir que o povo do norte possa regressar à casa em segurança. Nenhum país pode tolerar disparos contra os seus residentes, contra as suas cidades, e nós, o Estado de Israel, não o faremos. Também não o toleraremos”, avisou.
Nos últimos dias, Israel intensificou significativamente os ataques contra o Hezbollah, matando pelo menos 17 combatentes, incluindo dois comandantes, em um atentado à bomba em Beirute. O ataque também resultou na morte de civis, incluindo três menores e sete mulheres, de acordo com autoridades libanesas.
Netanyahu reiterou a promessa de restaurar a segurança para os 60 mil israelenses que permanecem afastados das comunidades fronteiriças há quase um ano. “Faremos tudo o que for necessário para restaurar a segurança”, disse ele.
Durante a madrugada de domingo, o Hezbollah disparou cerca de 150 foguetes, mísseis de cruzeiro e drones contra o norte de Israel, segundo um comunicado militar, causando danos materiais em residências e provocando incêndios no distrito de Haifa, mas sem vítimas fatais. A resposta israelense veio em forma de bombardeios a cerca de 290 alvos do Hezbollah no sul do Líbano, atingindo lançadores de foguetes e infraestruturas militares, numa escalada do conflito.
A escalada de hostilidades entre os dois lados desde o início da guerra em Gaza aumenta as preocupações de uma possível guerra aberta na região. No entanto, o Hezbollah tem insistido que não deseja esse desfecho e afirmou que seus ataques cessariam se fosse alcançado um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde do governo do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, atualizou neste domingo o número de mortos no território palestino para 41.431 desde o início da guerra com Israel, em outubro de 2023. Nas últimas 24 horas, pelo menos 40 pessoas foram mortas, enquanto o número total de feridos ultrapassou 95.818. A situação humanitária em Gaza permanece crítica, com milhares de civis em situação de risco.
A escalada entre Israel e o Hezbollah, juntamente com o conflito em Gaza, aumenta as tensões no Oriente Médio, com a comunidade internacional acompanhando de perto os desdobramentos e clamando por soluções diplomáticas para evitar um agravamento da crise regional.