Elon Musk, o bilionário por trás de empresas como Tesla, SpaceX, Neuralink e X (anteriormente Twitter), está a caminho de se tornar o primeiro trilionário do mundo até 2027, de acordo com a Informa Connect Academy. Com uma fortuna estimada em quase US$ 250 bilhões, Musk já é atualmente a pessoa mais rica do planeta. O estudo aponta que o patrimônio líquido de Musk tem crescido a uma taxa média de 110% ao ano, tornando-o o favorito a alcançar a inédita marca de US$ 1 trilhão.
O futuro de Musk atrelado à Tesla
Grande parte dessa previsão está ligada ao sucesso contínuo da Tesla, a montadora de veículos elétricos fundada por Musk. Atualmente avaliada em cerca de US$ 710 bilhões, a Tesla é a fabricante de automóveis mais valiosa do mundo, superando empresas tradicionais como a Coca-Cola, o Bank of America e a Boeing juntas. Musk detém 13% das ações da Tesla, que correspondem a cerca de US$ 93 bilhões. Além disso, o bilionário possui outras 303 milhões de opções de ações, parte de seu controverso pacote de remuneração, que já foi rejeitado judicialmente, mas acabou sendo aprovado pelos acionistas.
De acordo com analistas, o crescimento futuro da Tesla será impulsionado por tecnologias emergentes, como a direção autônoma e os Robotaxis, que têm potencial para revolucionar o setor de transportes. Dan Ives, analista sênior de ações da Wedbush Securities, afirmou que Musk está bem posicionado para “atingir novos patamares nos próximos anos”, à medida que a Tesla avança nessas inovações tecnológicas.
Desafios no caminho
No entanto, a ascensão de Musk rumo ao trilhão não é garantida. A Tesla enfrenta uma concorrência crescente, especialmente de montadoras chinesas, que oferecem alternativas mais baratas aos seus veículos. Em 2022, a montadora sofreu uma queda nas vendas que derrubou as ações em quase dois terços. Além disso, a empresa enfrentou diversos recalls, incluindo um recall de software que afetou quase todos os seus carros em circulação nos Estados Unidos devido a falhas no piloto automático.
A própria história de Musk com a Tesla é marcada por momentos difíceis. Em 2008, a empresa esteve a poucos dias de decretar falência antes de conseguir um empréstimo de última hora. Em 2018, o CEO enfrentou problemas legais e com os acionistas após afirmar que tinha “financiamento garantido” para privatizar a Tesla, o que não se concretizou. Musk foi forçado a pagar milhões de dólares em multas e renunciou à presidência do conselho da Tesla, mas manteve seu cargo de CEO.
A influência de Musk além da Tesla
Embora a Tesla seja o maior ativo de Musk, seu império vai muito além do mercado de veículos elétricos. Ele também detém uma participação significativa na SpaceX, empresa que fez história ao realizar a primeira caminhada espacial não governamental. Avaliada em US$ 210 bilhões, a SpaceX é responsável por parte significativa da riqueza de Musk. O bilionário possui cerca de 42% da empresa, o que representa uma fatia substancial de seu patrimônio.
Musk também é o proprietário da Neuralink, uma startup de implantes cerebrais que visa ajudar pessoas paralisadas a recuperar os movimentos. A empresa tem desenvolvido chips que podem ser implantados no cérebro humano para conectar diretamente o sistema nervoso a dispositivos eletrônicos, uma tecnologia que poderia transformar a medicina no futuro.
Além disso, ele é dono da The Boring Company, uma empresa que pretende revolucionar o transporte urbano com a construção de túneis subterrâneos para evitar o trânsito nas grandes cidades.
O impacto das polêmicas de Musk
Apesar do sucesso empresarial, a trajetória de Musk é constantemente cercada por controvérsias. Nos últimos anos, ele se envolveu em diversas polêmicas, principalmente por suas postagens em redes sociais. Recentemente, Musk apagou uma publicação em que questionava por que o ex-presidente Donald Trump teria enfrentado duas tentativas de assassinato, enquanto o presidente Joe Biden e a vice Kamala Harris não foram alvo de nenhuma. Declarações desse tipo têm prejudicado a reputação de Musk e levantado questionamentos sobre sua capacidade de gerir uma empresa como a X, que ele adquiriu em 2022 por US$ 44 bilhões.
Sob a liderança de Musk, a X perdeu valor rapidamente, ao mesmo tempo em que foi criticada por sua postura em relação à moderação de conteúdo e à disseminação de desinformação. As polêmicas de Musk, que incluem até tuítes de teor antissemita, também afetaram a percepção pública de suas empresas, especialmente a Tesla, cuja marca pode ser influenciada pela imagem controversa do seu CEO.
Rivais na corrida pelo trilhão
Embora Musk esteja na liderança para se tornar o primeiro trilionário do mundo, outros empresários também estão nessa corrida. Jensen Huang, CEO da Nvidia, uma das principais empresas no campo da inteligência artificial, está cotado para atingir a marca de US$ 1 trilhão até 2028, impulsionado pelo boom da IA. Huang, cujo patrimônio líquido é atualmente de US$ 104 bilhões, está se aproximando rapidamente de Musk, segundo a Informa.
Outro bilionário em ascensão é Gautam Adani, empresário indiano do setor de infraestrutura, que também está no caminho para se tornar trilionário até 2028.
O futuro de Musk
Se Elon Musk chegará ou não à marca de US$ 1 trilhão dependerá principalmente do futuro da Tesla, mas também de sua capacidade de administrar suas outras empresas inovadoras. Com a SpaceX expandindo suas operações e a Neuralink desenvolvendo tecnologias revolucionárias, o bilionário tem o potencial de transformar ainda mais sua riqueza nos próximos anos. No entanto, o caminho à frente não será fácil, com concorrência crescente, riscos regulatórios e o impacto de suas próprias controvérsias públicas.