O continente europeu está enfrentando um aumento significativo nos casos de coqueluche, conforme relatos do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (8), a agência revelou que os países da União Europeia (UE) e do Espaço Econômico Europeu (EEE) registraram quase 60 mil casos da doença durante o período, representando um aumento alarmante em comparação aos anos anteriores.
Os dados são preocupantes: o aumento foi notável em 2023 e continuou durante o primeiro trimestre de 2024, com uma taxa dez vezes maior de casos identificados do que nos anos anteriores. A tosse convulsa, ou coqueluche, é uma infecção bacteriana dos pulmões e das vias aéreas, conhecida por ser particularmente perigosa para bebês e idosos.
Especialistas alertam que epidemias de coqueluche são esperadas a cada três a cinco anos, mesmo em regiões com altas taxas de vacinação. A pandemia de covid-19 pode ter desempenhado um papel nesse aumento, com uma ligeira queda na imunização durante esse período. Além disso, as restrições de movimento e a baixa circulação da coqueluche durante a pandemia podem ter contribuído para a percepção de um aumento ainda maior.
Os números, no entanto, não podem ser ignorados. Nos primeiros três meses de 2024, foram registrados tantos casos quanto em um ano médio durante o período de 2012 a 2019. A agência observa que parte da população perdeu a imunidade natural à coqueluche devido à falta de exposição durante a pandemia, aumentando o risco, especialmente para os bebês com menos de seis meses.
Andrea Ammon, diretora do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, ressaltou a importância das vacinas como medida preventiva. “É essencial lembrar as vidas em jogo, especialmente as dos nossos pequenos. As vacinas contra a coqueluche são comprovadamente seguras e eficazes”, afirmou. A maioria dos países europeus já adota a imunização rotineira das crianças contra a doença, e muitos também vacinam mulheres grávidas para proteger seus bebês.
Diante do aumento dos casos, a agência sugere que alguns países considerem a possibilidade de oferecer reforços para crianças mais velhas e adultos, devido à diminuição da imunidade ao longo do tempo.