O governo da Venezuela emitiu uma ordem exigindo que todos os funcionários do gabinete de direitos humanos da ONU deixem o país em um prazo de três dias, enquanto anuncia uma revisão dos termos de cooperação. Na quinta-feira (15), o governo venezuelano declarou a suspensão das atividades do escritório de consultoria técnica do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos e o início de uma revisão dos termos de cooperação técnica.
Segundo comunicado divulgado pelo governo, a revisão será conduzida nos próximos 30 dias. Todos os funcionários da ONU associados ao escritório têm a obrigação de deixar o país dentro das próximas 72 horas. O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, manifestou conhecimento da decisão da Venezuela durante uma entrevista diária, prometendo pronunciar-se posteriormente sobre o assunto.
Críticas foram direcionadas à visita recente do relator especial da ONU sobre o direito à alimentação, Michael Fakhri, à Venezuela. A televisão estatal venezuelana criticou veementemente os comentários de Fakhri, que destacou que o programa de alimentação do governo venezuelano não aborda as causas fundamentais da fome e é suscetível a influências políticas. Em resposta, o governo venezuelano acusou o gabinete de direitos humanos da ONU de adotar uma postura “colonialista, abusiva e violadora”, exigindo uma retificação de sua atitude. O gabinete de direitos humanos da ONU está presente na Venezuela desde 2019.