A Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), liderada por Luis Almagro, emitiu uma forte condenação nesta quinta-feira ao referendo realizado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sobre a região de Essequibo. Classificado como “ilegal e ilegítimo”, o referendo gerou preocupações sobre a segurança regional e a estabilidade territorial.
Em comunicado, o gabinete de Almagro denunciou a postura agressiva do governo venezuelano em relação à Guiana, alertando que as tensões entre os dois países representam uma ameaça à estabilidade e soberania territorial na América Latina. O referendo, que viu a maioria dos cidadãos votar pela anexação do Essequibo à Venezuela, foi condenado como mais um exemplo do uso antidemocrático dos processos democráticos por parte de Maduro.
“A recente ação do regime venezuelano não apenas coloca em perigo o desenvolvimento e a estabilidade da Guiana, mas também representa um risco mais amplo para a segurança da América Latina e do Caribe”, destacou a liderança da OEA.
Luis Almagro solicitou ao Conselho Permanente da organização a convocação de uma reunião especial para discutir medidas que possam mitigar as crescentes tensões entre os dois países sul-americanos. Importante notar que o governo venezuelano, que formalmente deixou a OEA em 2017, não possui representação na organização.
No domingo passado, a Venezuela realizou o referendo que obteve o apoio dos eleitores, buscando estabelecer o estatuto da região de Essequibo, rica em recursos naturais, e na quarta-feira, Maduro determinou a criação de um estado na Guiana, aumentando ainda mais as tensões na região.
Os conflitos fronteiriços remontam à decisão arbitral de Paris em 1899, que atribuiu a soberania do território à então Guiana Britânica. A Venezuela contesta essa decisão na ONU desde 1962. A recente descoberta de jazidas petrolíferas pela ExxonMobil no Essequibo intensificou as disputas, com a Guiana autorizando várias empresas estrangeiras a explorar a região, contestada pela Venezuela.