Nas últimas semanas, a Faixa de Gaza tem vivenciado uma escalada de violência que resultou na morte de, pelo menos, 11 trabalhadores da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), incluindo professores, um médico ginecologista, um engenheiro, um conselheiro psicológico e membros de apoio. Além disso, 30 estudantes da UNRWA, a maioria menores de idade, perderam a vida, enquanto oito menores ficaram feridos devido aos bombardeios israelitas.
De acordo com informações oficiais divulgadas pela UNRWA, os ataques também causaram danos “colaterais e diretos” em cerca de 20 de suas instalações, incluindo escolas que abrigam civis deslocados. A agência da ONU enfatizou que “os edifícios das Nações Unidas, escolas e outras infraestruturas civis, incluindo as que abrigam famílias deslocadas, nunca devem ser atacadas”.
A Cruz Vermelha também confirmou a morte de cinco de seus funcionários como resultado das hostilidades armadas em Israel e na Faixa de Gaza, incluindo socorristas que estavam atuando em ambulâncias.
Segundo o Ministério da Saúde local, os ataques israelitas resultaram na morte de pelo menos mil pessoas, incluindo quase 300 menores, enquanto mais de 5 mil pessoas ficaram feridas. Atualmente, pelo menos 264 mil pessoas estão deslocadas em Gaza, com 175,5 mil encontrando refúgio em mais de 80 escolas da UNRWA, e muitas outras buscando abrigo em centros de saúde geridos pela agência da ONU. Muitos desses abrigos estão lotados e têm disponibilidade limitada de alimentos, água potável e outros itens básicos.
O conflito teve início quando o Hamas lançou um ataque terrestre, marítimo e aéreo sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza, na maior escalada do conflito em décadas. Em resposta, Israel declarou estado de guerra e lançou bombardeios contra a região. Desde então, os números de mortos continuam a aumentar, com mais de 1,2 mil mortos do lado israelita e 1.055 em Gaza, de acordo com dados atualizados pelas duas partes.
O bloqueio total imposto por Israel à Faixa de Gaza agravou a crise humanitária na região, cortando o abastecimento de água, combustível e eletricidade, além de manter todos os pontos de passagem fechados, o que impossibilita a entrada de insumos essenciais para a população e hospitais. A Faixa de Gaza, com cerca de 2,3 milhões de habitantes, já é um dos territórios mais densamente povoados do mundo, tornando a situação ainda mais desesperadora.
O Hamas, que lançou o ataque inicial, é considerado um grupo terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), complicando ainda mais o cenário político e diplomático da região. A comunidade internacional continua a acompanhar de perto a evolução desse conflito, enquanto esforços são feitos para buscar uma solução que possa trazer alívio a todos os envolvidos.