A delegação do Ceará veio de longe para competir na etapa do Campeonato Brasileiro de Karate que eles consideram mais forte tecnicamente. Foram três dias de viagem para chegar a Porto Alegre, nada que desanime a equipe que conta com 13 atletas, entre eles, Leidiane Cassimiro, que compete pela segunda vez no Brasileiro, a primeira vez no Rio Grande do Sul.
Leidiane pratica o esporte há seis anos e é bicampeã cearense de karate. Ela começou a aprender karate na escola, por um projeto da prefeitura do município de Itapipoca, a 300km da capital Fortaleza. A carateca conta que praticou esportes como vôlei e basquete, mas sempre teve vontade de fazer karate. “Eu comecei a fazer karate escondida porque minha mãe não gostava, mas depois ela foi conhecendo melhor, aceitando e hoje me incentiva a continuar”, relata. Os pais de Leidiane não tem condições de ajudá-la financeiramente, mas dão apoio para que ela siga no esporte.
Para a atleta, uma das maiores dificuldades é conseguir patrocínio para as despesas. A prefeitura paga hospedagem, alimentação e passagens para as competições, mas falta dinheiro para os equipamentos e uniformes. Leidiane afirma que a falta de incentivo a desanima e as dificuldades, principalmente financeiras, para seguir no esporte são muitas. Ela diz que o karate precisa ser mais valorizado, para que os atletas de base tenham mais chances. “As pessoas precisam valorizar os pequenos, porque eles vão ser o futuro do esporte do país. Serão os futuros campeões.”
A carateca conta que está sendo muito importante competir no Rio Grande do Sul, pois o nível dos atletas é muito alto. “Os atletas do Ceará se espelham muito no Sul, porque aqui é onde estão os grandes. Se quisermos vencer, temos que começar a vir para cá participar, porque o nível é totalmente diferente, é muito maior”, afirma. A atleta observa os outros competidores para aprender e, assim, melhorar em alguns pontos. Sobre o tempo de viagem para chegar até o evento, ela diz que apesar de cansativo, o esforço vale a pena. “Agora estou assistindo para conhecer o nível. Ver o que eu preciso treinar, o que eu tenho para corrigir. Eu já vi que melhorei muito e a experiência de lutar aqui foi muito boa. É assim que eu aprendo.”
Leidiane disputou o terceiro lugar na categoria Sub 21, mas não conseguiu classificação. Ela treina cinco horas por dia, mas diz que ainda tem muito a melhorar e aprender. A atleta continuará treinando para chegar ao nível que deseja e espera estar melhor preparada para as próximas competições.
Com a realização da Confederação Brasileira de Karatê. Federação Gaúcha de Karate e Austral Sports, o Campeonato Brasileiro de Karate tem o apoio de IPA-Metodista, NET, Claro, H2O, Trevisan, Prefeitura de Porto Alegre, Sport Clube Internacional, Feci, Rede Master e Latam.
Texto e foto: Juliane Lucca/Voluntária/Aluna IPA
Supervisão: Nathália Ely/Assessora de Imprensa Campeonato Brasileiro
Federação Gaúcha de Karatê